N. 396 Suéllen conclui metade do mandato vencendo cassação e com líder no comando do Legislativo para próximo biênio

N. 396 Suéllen conclui metade do mandato vencendo cassação e com líder no comando do Legislativo para próximo biênio

 

LEITURA DA MESA

A prefeita Suéllen Rosim encerra metade de seu mandato sem conseguir tirar das gavetas os principais projetos estruturais da cidade, de longo prazo e maior abrangência. Mas fecha 2022 com duas importantes vitórias no campo político, paradoxalmente setor em que é novata. A jovem prefeita, que venceu a eleição sem apontar o que faria (plano de ação), escapou de cassação de mandato neste ano e, nesta quinta-feira (15/12/2022), emplacou seu líder de governo no comando do Poder Legislativo para o próximo biênio.

Júnior Rodrigues (PSD) foi eleito presidente, na chapa que tem Sérgio Brum (PDT) como vice e Marcos Souza (PSDB) e Milton Sardin (PTB) como primeiro e segundos secretários. Por que a oposição e mesmo as legendas sem posição claramente definidas não se sobressaíram na disputa? Uma série de linhas e sublinhas escrevem este resultado…

SUÉLLEN COMANDOU

Esqueçam as declarações oficiais. A prefeita participou ativamente do processo. Não por acaso, foi consultada várias vezes a respeito desta ou daquela costura, ou possibilidade de composição. Todos os chefes do Executivo o fazem. Gostem, alguns, ou não, este é o histórico das relações políticas. Nada de surpresa nisso…

A chapa que teve Júnior no comando teve 10 votos. A divisão de votos da oposição e dos membros mais moderados ajudou, bastante. Lokadora teve 4 votos e Manoel Losilla 3. Meira, Bira e Borgo tiveram seus nomes indicados, mas declinaram.

O voto da petista Estela Almagro (opositora ferrenha de Suéllen) ajudou. Mas uma conjunção de fatores levou o grupo da situação a ter folga no placar.

PAPEL DO MDB

Assim como no julgamento do mandato da prefeita (recente) – no caso das compras da Educação – a posição do comando do MDB pendeu a favor do grupo governista, na votação da Mesa Diretora o papel da legenda foi preponderante. O MDB sabia, há várias semanas, que Berriel não só queria ser presidente, como pedia votos. Mas Manoel Losilla, há menos dias, exerceu seu direito de também ser candidato.

Rodrigo Mandalitti, presidente da legenda, disse ao CONTRAPONTO que seu papel foi o de pedir que “os dois vereadores conversassem e se acertassem”. Na prática, observando os movimentos no processo da eleição, porém, restaram sinais de que foi mais do que isso…

Hoje, no dia da eleição, pelo menos dois parlamentares que votaram em Júnior Rodrigues confirmaram que tinham disposição em votar em Berriel. Além disso, Losilla esteve fora do Legislativo até a manhã desta quinta (licença de 30 dias).

Em resumo: a leitura da hora H indicou, no frigir dos ovos, que Berriel era quem reuniria condições de ter votos para enfrentar o governo. Mas seu perfil é de combate ao governo…

MAS… 

Se, no placar físico, é fato que a divisão de votos facilitou a vida do governo, também não é estranho imaginar que o MDB pavimentou a estrada para a prefeita emplacar a Presidência. O MDB colabora com o governo e há interesses comuns, neste momento, entre os grupos. Ou seja, hoje, o peso do MDB é “forte”, como disse Borgo em sua fala cobrando que a Casa não vire “puxadinho do Executivo”.

Em outra face, Lokadora torcia (legitimamente) para que a eleição de hoje repetisse o episódio em que o empate de um hipotético 8 a 8 o integrasse… Mas Rodrigues costurou mais e esse quadro não vingou. Como disse Mandalitti: “o Juninho foi habilidoso na articulação e conseguiu, antes do dia da votação, fechar as situações que poderiam pender para outro desfecho”.

Marcos Souza, Júnior Rodrigues, Sérgio Brum e Milton Sardin: nova Mesa Diretora (divulgação/Pedro Romualdo)

ESTRATÉGIAS 

Assim, quem joga com todas as ferramentas tende a ter melhor resultado. A ponto de não ser estranho, por exemplo, não esquecer da estratégia que considera a modelagem do “saio candidato para que outro vença”…

No painel da votação, em si, concreta, Marcos Souza, manteve posição do lado de Suéllen (que já havia adotado no processo de julgamento do mandato da prefeita). Souza também ajudou ao impedir que a oposição suspendesse a eleição, por duas vezes. O “intervalo” costuma ser respiro fatal para ressuscitações… Era melhor não arriscar…

De outros votos, Júlio Cesar não votou em seu colega de legenda (Lokadora), também havia firmado acordo com o grupo de Rodrigues. E Segalla votou no candidato do governo. Justificou que ao ver o resultado consolidado, adota postura de prestigiar a maioria formada.

NO PAINEL

Estela Almagro divulgou nota argumentando que, apesar dos embates com o governo, vê em Júnior Rodrigues sinais de manutenção do acordo de condução não atrelada a Suéllen (no comando da Casa). A petista citou que foi pragmática.

Diante da hipótese de se ver isolada na segunda metade do mandato (o que inclui espaço em comissões internas), colocou na mesa a instalação da Escola do Parlamento, construção de nova Sede para a Câmara e mais condições para atividades políticas do mandato (realização de audiências após às 18h, equipamentos de comunicação, etc.)…

Estela e Rodrigues se conhecem desde o princípio, na escola petista de formação política. Ela foi assessora do ex-marido e vereador José Carlos de Souza Pereira Batata. Depois, viu Sandro Bussola traçar o mesmo caminho. Júnior veio na sequência, no gabinete de Bussola, sendo, depois, chefe de Gabinete de Sandro na presidência…

Por sinal, a oposicionista Chiara convidou Estela a ser ela a candidata do grupo, ao ver que as candidaturas elencadas não somavam maioria. Ela já havia fechado acordo antes.

QUEM SERÁ LÍDER?

A presença de Rodrigues na direção da Câmara exige que Suéllen escolha outro líder. Sardin era sondado, mas também está na Mesa. Brum é vice. A chefe do Executivo disse, pela assessoria, que está avaliando o quadro. Desejou o sucesso de praxe ao ex-líder…

No Palácio das Cerejeiras, um animado interlocutor sugeriu que não fosse descartada tentativa de conversa com Marcos Souza (que está tucano…), ou reaproximação com Marcelo Afonso (que foi descartado por Suéllen no primeiro ano, mas se manteve no grupo)… Enfim… hipóteses do café da noite, por ora, apenas…

NO ESPORTE

A Prefeitura divulgou nota em que aponta abertura de processo (chamamento) para selecionar projetos de organizações sociais (OSC) no valor total de R$ 846 mil, para 23 projetos de formação, rendimento e participação.

Os recursos são do Fundo Municipal de Esportes. Contudo, a continuidade das ações de coordenação de modalidades esportivas ainda aguardam outro procedimento, conforme divulgado aqui há semanas. A administração diz que não haverá descontinuidade, mas ainda vai publicar edital para destinar outros R$ 476 mil para selecionar OSCs…

SESSÃO EXTRA

O Gabinete da prefeita já disse que defende a necessidade de sessão extra para liberar projetos essenciais, como a lei do SUAS  – para Bauru não perder recursos da assistência social por falta de regulamentar o Sistema.

Mas a data e a lista serão discutidas agora. A princípio, estaria mantido o balanço e atualização dos compromissos de Suéllen no próximo dia 20/12, de manhã, no plenário, sobre os mais de 10 temas estruturantes a serem enfrentados pelo governo… Data para sessão extra? Tem a próxima segunda, quarta ou quinta da véspera do Natal…. por exemplo… aguardemos..

 

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