COLUNA CANDEEIRO 25092020 NELSON ITABERÁ

N. 49 O debate da Band entre Raul e Suellen e nossos PITACOS

N. 49 O DEBATE DA BAND ENTRE SUELLEN E RAUL… nosos PITACOS  

 

DEBATE DA BAND

O debate da TV Bandeirantes na noite de quinta-feira, o primeiro do segundo turno, oferece alguns elementos para pontuar conteúdos, estratégias. Alguns pontos são óbvios para quem acompanha o meio político, mas interessantes para a observação do eleitor menos atento.

O que não dá para aferir, agora, é se os embates terão peso suficiente para definir, ou mudar, a impressão do eleitorado sobre as candidaturas que disputam o segundo turno.

  1. Tanto Raul Gonçalves (DEM) quanto Suellen Rosim (Patriota) demonstram dificuldades em abordar temas cruciais para a cidade. A maior parte das respostas é trivial. Essa “linha” pode até ser uma forma “defensiva” de não expor o que REALMENTE pensa cada um sobre temas polêmicos (onde se perdem votos)…
  2. Então, nem um, nem outro, formulou perguntas que exigiam necessidade de posições que afugentem o eleitor. Este é um dos lados artificiais de todo “debate”. De qualquer forma, se o segundo turno não existisse, o cidadão teria votado sem, ao menos, ter a oportunidade de checar o que cada candidato diz e se o que está sendo dito pode ser realizado, efetivado.
  3. Mas o primeiro embate trouxe elementos preciosos para a compreensão do jogo. Raul conseguiu dar respostas mais próximas dos temas (se o conteúdo é ideal para a cidade ou não é outra história). Suellen mostra superficialidade para vários temas locais.
  4. No único bloco em que os candidatos puderam fazer perguntas diretas, entre si, ficou clara a estratégia de Raul em explorar a superficialidade de Suellen. Ela tentou minimizar que “o importante não são dados, documentos, números”, mas uma equipe preparada e resolver.
  5. Suellen seguiu sua trajetória de dar importância ao discurso de aproximação, de vínculo com as pessoas. A jornalista repete com insistência frases de efeito como motes de campanha. “Olho no olho”, “olhar atenta e com verdade”, “consertar a casa”, “ouvir as pessoas”.
  6. Raul tentou se posicionar como alguém com mais informações a respeito da estrutura pública e a máquina municipal. Apesar de demonstrar mais discernimento sobre os temas, ele tem pouco  traquejo para TV e não soube aproveitar deslizes da adversária. E só havia o primeiro bloco pra isso.
  7. Será preciso aferir se o debate teve audiência. No primeiro, poucos bauruenses, proporcionalmente, assistiram. Assim: as campanhas terão de atuar na repercussão de escorregões nos seus programas de TV.
  8. Suellen e Raul se equivalem em muitos conteúdos. Ambos defendem, grosso modo, a reforma administrativa da Prefeitura e tendem a conteúdos mais conservadores. Propostas para “retomada das aulas na Covid, valorização do servidor, de esportes, cultura, terminar a Estação de Esgoto, resolver a falta d´água”…  chegam a ser tão parecidas que podiam ser uma só, para ambos.
  9. Raul foi pronto para buscar escorregões da adversária. Pediu para ela dizer o que fará no SUAS? Suellen disse que não conhecia a sigla. Ao saber de Raul que era assistência social (política nacional criada desde 2004), a jornalista respondeu na linha do: “assistência social é muito importante”.
  10. O médico tentou outra pergunta tipo “pegadinha”. Pediu para adversária falar da EMEi Pessato. Suellen deu resposta genérica (“vou visitar escola a escola, estar presente”). A escola foi demolida, depois de ficar um bom tempo com o prédio sem solução.
  11. Depois Raul perguntou quantas escolas conveniadas há em Bauru? Suellen tascou 65, e de novo criticou que “os números os técnicos trazem”. Mas que ela será prefeita para resolver. O médico replicou que são 29 conveniadas, com cerca de 5.000 alunos.
  12. A estratégia de Suellen foi tentar vincular Raul a um grupo que transformaria a administração em “pizzas” já distribuídas entre apoiadores antecipadamente. Raul tentou estabelecer que não há governabilidade sem grupos de apoio.
  13. Uma arapuca funcionou: Raul perguntou sobre “o comércio”. Suellen foi no trivial “vou dar atenção especial ao comércio local”. Na volta, o médico atacou que todas as despesas da jornalista na campanha foram feitas em Birigui, cidade de onde ela veio. Suellen reagiu que o comentário era “desespero, picuinha”.
  14. Ambos falaram, sem explicar, em “reduzir impostos” (meta praticamente irreal com a Prefeitura sem verba para investir e o País passando por desindustrialização), estruturar Distritos Industriais, equipar os bairros de infraestrutura, lazer, esportes, cultura. Tudo na base das afirmações sem sustentação na realidade financeira de Bauru. 
  15. Suellen disse, em várias ocasiões, que vai arrumar a casa e acertar o que existe, na linha do “pés no chão”. Mas não soube explorar quando Raul elencou promessas de realizações para as quais não há verbas (na Saúde, as citações foram cumulativas).
  16. Suellen tem melhor “presença de vídeo” do que Raul. Mas, como já pontuamos em outra fase da campanha, abusa de frases de efeito.
  17.  Está lançado o curtíssimo segundo turno. Os cutucões, estratégias e abordagens do primeiro debate foram com respeito, no campo das discussões políticas. Levantar eventuais contradições em relação a conteúdos e posicionamentos dos candidatos é elemento fundamental do necessário segundo turno: confronto de ideias, soluções, grupos.
  18. Assistam ao debate. Tem o vídeo disponível no youtube. E, claro, façam suas próprias avaliações. Este é o sentido da discussão política em eleição. Você, aliás, não precisa concordar com nada… Mesmo que sua posição seja pura emoção… Nós respeitamos sua opção! É isso… por ora…
  19. Os absurdos, até aqui, ficam por conta das hienas e abutres de meio fio de boteco e porta de delegacia. Aos covardes nosso necessário desprezo!

PILAR DO VIADUTO

E vamos mudar de assunto…

Preocupa a notícia revelada pelo CONTRAPONTO de que o Viaduto Nicola Avallone, infelizmente, também apresenta avaria, em um pilar cravado no Rio Bauru. A princípio, não precisaria, agora, segundo a Secretaria de Obras, interditar. Mas é mais um equipamento de porte que o próximo (a) prefeito (a) terá de “consertar” e rápido para que o trânsito também nesta ligação não fique prejudicado.

Aliás, o Viaduto (conhecido por mais de 20 anos como o INACABADO) é  “novo”, diante dos demais. Mas ficou, por anos, ao relento, com ferragens, estruturas, expostas e sem manutenção adequada.

São agora quatro Viadutos de porte cravados na área urbanizada mais densa no trânsito bauruense, com necessidade de reparos. E isso tudo vai ficar também para o próximo mandato!  Some-se a isso, contas não pagas (ainda que sob o rastro da pandemia), caixa vazio e erosões crescentes em diferentes pontos da cidade.

CANDIDATAS ZERO VOTOS!

Duas candidatas do PTB chamam a atenção no resultado oficial da eleição em Bauru. Uma teve ZERO VOTOS (Larissa Vieira). A outra teve 1 voto! (Roseli Meireles). Segundo o presidente do PTB, vice-prefeito Toninho Gimenes, uma desistiu da candidatura. A outra precisa de verificação.

Mas espalhou pela rede publicação onde a “candidata” pede voto para outro concorrente! Isso é muito mais do que singular. Concorrentes de olho nos votos (e nas contas do quociente), indicam que vão acionar o Judiciário para buscar a anulação dos votos de toda a chapa petebista em razão do episódio.

Consultamos um especialista. A indicação a princípio, é que não há mais como eliminar os votos do PTB, cuja legenda elegeu Carlinhos do PS. “O direito não socorre quem dorme”, diz um princípio. Caberia, a rigor, apuração de eventual efeito criminal sobre o caso, se apresentado indícios de que teria ocorrido irregularidade apenas com o objetivo do partido preencher a cota e, assim, manter candidaturas masculinas na disputa.

ELES LIBERARAM 

O PSB de Rodrigo Agostinho se juntou ao PSDB, PT e outras legendas na decisão de liberar os filiados a apoiarem quem quiser neste segundo turno.

Na prática, temos nossas dúvidas se a emissão de “carta circunstancial” de apoio a um ou outro se converteria em votos. Os partidos não têm representação junto ao povo. E lideranças com apelo popular se acomodam em suas próprias sombras…

 

  

7 comentários em “N. 49 O debate da Band entre Raul e Suellen e nossos PITACOS”

  1. Parabéns pelos comentários, forma clara e objetiva. Vejo que os dois candidatos não sabem se colocar, aproveitar as deixas para contra-atacar e muito menos os recursos necessários para tantas promessas. Quem conhece um pouco da máquina pública sabe das dificuldades para girar a roda. 2020 foi um ano difícil e seu reflexo avançará, no mínimo, para o próximo ano.
    Espero que ambos se preparem melhor e revejam suas posições. Bauru merece respeito e compromisso sério para com sua população.

  2. As “pegadinhas” de Raul foram bem formuladas, mas são de alto risco. Há um certa tendência afetiva de parte do eleitorado em relação a Suéllen e a candidata pode ter isso transformado em solidariedade e adesão entre os indecisos

  3. O mais marcante dessa eleição serão os covardes que se manifestaram com assédios, ameaças e vídeos descabidos de propósitos. A posição política superficial como foi, terá menos repercussão que o legado de violência.

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