PESQUISA
Bauru é uma das poucas cidades com mais de 200 mil habitantes, senão a única, onde os cidadãos vão às urnas no primeiro turno sem ter parâmetros, ou dados de amostragem de intenção de voto. Uma pesquisa isolada da Real Time (3 Poderes) não só não pegou, como os contratantes interessados viram que a estratégia não ia colar…. o suficiente, ao menos.
A verdade é que a retirada do registro, de última hora, indica, mesmo para membros do governo e oposição, que nem tudo é o que parece. Ou seja, o eleitor bauruense é quem vai dizer, no domingo, nas urnas, quais suas preferências e em quais candidatos.
Por falar nisso, pesquisa Quaest, de abrangência nacional, divulgada hoje, mostra que ao menos 12% dos eleitores dizem que vão definir em quem votar no último dia antes da abertura das urnas (sábado). E outros 43% declaram que só vão decidir o voto no próprio domingo. Muitos, mas muitos, no trajeto para o local de votação.
Este dado não é incomum.
BOCA DE URNA
Por isso, esse aparente “silêncio” em relação ao clima de eleição não deve se manter, ao menos para as autoridades, a partir desta sexta-feira, quando, sobretudo, a propaganda por vídeo (na TV) e áudio (rádio) estão proibidas neste primeiro turno. Mas quem garante que malfeitores estejam de plantão para ferir a democracia e a vontade natural, legal, organizada, das coisas.
Portanto, daqui até domingo, as atenções estarão voltadas para as redes sociais, identificação de IPs de computadores e celulares…
ÁGUA E SAÚDE
No domingo, na cobertura ao vivo da apuração, no passo a passo dos números, pelo jornalista público da rádio e TV Câmara, inclusive pela internet (youtube e site), desde às 17 horas, teremos a oportunidade de avaliar o quanto (e como) fatores como o racionamento de água e a lotação de UPAs vão refletir na vontade do eleitor neste primeiro turno.
A campanha na TV foi morna. Mesmo nos debates, o confronto foi em temas (o que merece elogios em se tratando de um clima hostil, irracional até, em diversos locais do País). Porém, até o governo, ao menos no primeiro turno, se surpreendeu com o tom de conteúdo das críticas. Esperavam temperaturas mais fortes.
AS TIRADAS
O debate na rádio 94 FM, da quarta-feira à noite, mostrou uma prefeita no papel, esperado, de tentar diluir as críticas temáticas dos oponentes. Água, saúde, serviços estruturais, saneamento, educação, deram o tom do “você podia e não fez, não fez” contra o “nunca fizeram e nós avançamos”.
Não fosse um ou outro rompante de torcida vinda do público que assistia, no auditório da Casa do Médico (as equipes das candidaturas), o encontro fez sim contraponto entre o que dizem cada um, como resolver, a falta de resolução e o caminho para resolver (por cada um).
O embate de conteúdo do encontro de ontem, promovido pela rádio 94 FM, só soou dissonante quando o ex-prefeito Izzo Filho, no último instante, tirou da gaveta o tom raivoso, lançando que perdeu seu mandato, no final dos anos 90, por causa de “um bando de covardes da Justiça” …
PASSADO E TIRADAS
O ex-prefeito, aliás, fez um registro de ocorrência sem sentido (pra torcida) sobre nota (painel de diálogo OUTDOOR VIRTUAL), onde o site põe em discussão que interessa à Suéllen Rosim a situação de impugnado (por condenações até março de 2031), do ex-prefeito.
Na hipótese de que a candidata à reeleição tenha votos válidos próximos da conta de “metade + 1” (necessários para vencer no primeiro turno), interessa (e muito) à Suéllen os votos impugnados em Izzo Filho. É matemática. Mas alguns do passado não gostam de debater. Permanecem no passado…
Ah.. sobre as tiradas. O debate apresentou, na “leitura das estratégias”, Suéllen escolhendo Raul (a Chiara e Gazzetta, por exemplo) na hora de fazer perguntas, no início. (Quem é do meio sabe que isso indica algo…).
Gazzetta continuou a confrontar, comparar, questionar, ações de sua gestão e resolução de pendências (que a prefeita não fez)…
Raul foi o candidato “das tiradas”… na linha do… “levou um ano para fazer uma quadra do Calçadão da Batista, imagina um hospital quantos anos vai levar?” … Chiara Ranieri procurou apresentar ênfase em temas. Parece ter faltado “midia training” para debate, para realçar pontos e espetar algo…
ESCANINHO
Então anota ai: fonte segura do staff da campanha de Suéllen está deixando pronto, no escaninho, peça jurídica para (se necessário) contestar a contagem como válido dos votos de Izzo Filho no domingo. E isso não tem nada a ver com ele ter entrado com recurso.
A peça, apuramos, aponta para decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) para um caso de Mauá (SP). Em síntese, trata-se de observar o artigo 175, parágrafo quarto, do Código Eleitoral. Na decisão, os desembargadores decidiram que o marco temporal para decidir sobre candidaturas impugnadas é o “dia da eleição”.
No foco, traz a decisão que não contam os votos do candidato que, no dia da eleição, estiver sido impugnado. Suéllen, claro, só utilizaria a medida judicial se a redução dos votos válidos, na contagem de domingo, como refletimos, a favorecer – desconsiderando os que votaram em Izzo (impugnado).
CARGO PROMESSA
A caixa postal do CONTRAPONTO trouxe uma indagação repetida. Alguns dizem que trabalham como cabos eleitorais. Qual a condição para contratação como assessor parlamentar? Resposta: tem de ter curso superior completo. Esta condição está em lei aprovada recentemente.
AÇÃO CONTRA SUÉLLEN
O Sindicato dos Servidores Municipais de Bauru (Sinserm) protocolou hoje medida judicial contra ato da prefeita Suéllen Rosim para anular a nomeação de Renato Purini como presidente do DAE.
Em resumo, a ação assinada pelos advogados José Francisco Martins e Júlio César Teixeira de Carvalho, questiona que procurador Jurídico do DAE traz, em processo, que o indicado não tem curso superior (dois dos 3 membros do comando têm de ser engenheiros) e está sendo executado pelo MP em condenação definitiva (improbidade) por contratação irregular de assessoria. Com isso, Renato Purini estaria alcançado pela Lei de Ficha Limpa.
O presidente do DAE foi contatado sobre a medida.
…
começou o último debate… até…
HOSPITAL DIA
Raul questiona logo na abertura Suéllen sobre construir Hospital Dia (Municipal). Raul, médico, questiona que o Hospital Dia não atende “média complexidade”, mas apenas casos leves. Suéllen mistura conceitos (plano de serviços) na resposta, mas defende que o Hospital das Clínicas vai dar suporte para casos mais graves.
Raul perde a oportunidade de explicar que Hospital Dia é porta aberta – não atenderá só paciente de Bauru, mas todo paciente que chegar… Outra questão é que “baixa complexidade” é parecido com o que o usuário tem nas UPAs, mas faltam leitos UTI para hospitais do Estado. O gargalo, no formato, permanece, e a fila do Estado não está resolvida…