CRISE ÀGUA
A infelizmente esperada crise no abastecimento de àgua em Bauru neste 2025 foi o tema principal da sessão desta segundona.
Vereadores reiteraram críticas, cobrança e outras observações por falta no líquido nas torneiras de milhares de moradores. Quem depende do Rio Batalha sofre mais.
PROCESSANTE

Como o Legislativo já havia realizado CEI pelo descumprimento do Plano Diretor de Àguas (PDA), em maio de 2021, o vereador Eduardo Borgo ingressou com pedido de denúncia para responder por eventual perda de mandato contra Suéllen Rosim por, de 2021 até aqui, não ter cumprido a lei.
O vereador apontou o relatório da apuração da CEI, documento que traz as exigências de ações para combater o desabastecimento e ajustes no sistema gerido pelo DAE – listadas na lei 7315/2019, o chamado Plano Diretor de Àgua – e questionou: “a prefeita tem oportunidade de vir à CP e se defender, mostrar que cumpriu o plano que é lei desde 2019.
O pedido de CP terá de ser lido na próxima sessão. Se cumprido o rito terá de ser votado em plenário.
PDA
O Plano virou lei municipal em 2019. Em 2021, a CEI aprovou relatório apontando omissão e negligência dos prefeitos até então. Suéllen não respondeu porque tinha assumido há apenas 3 meses na ocasião.
O PDA é uma das poucas leis municipais a partir de estudo especializado. O Município contratou a empresa Hidrosan, no governo Rodrigo. Engenheiros e demais técnicos descrevem quais ações tinham de ser cumpridas em poços, reservatórios, combate a perdas no sistema e com etapas definidas.
Por exemplo: o poço Consolação estava e está condenado. O PDA define que ele tinha de ficar fechado. O atual governo o reabriu e, em setembro de 2024, fechou. Ele não tem àgua.
Pelo estudo (subscrito na lei), o poço Alto Paraíso não poderia ser perfurado. Não há àgua com vazão suficiente em Bauru na Vila Falcão e região. Mas o governo fez a obra. E o poço não produz quase nada…
Além do PDA, conforme revelamos no CONTRAPONTO, Bauru ainda aprovou recursos extras para custear o Plano de Estiagem (do velho Batalha). Desde meados de 2019, portanto, já existe em lei recursos retirados da tarifa de esgoto no DAE para obras exatamente para reduzir a crise no sistema Batalha.
Assim como o PDA, várias ações não foram executadas. Mas a lei não sofreu alteração. E está em vigência…
A reportagem a seguir detalha todas as ações que o PDA fixou na lei desde então. Veja cada um dos itens e observe no seu bairro se eles foram cumpridos:
Plano de água existe, e pago. É lei! Precisa aplicar! CEI vai apurar o tema
REPORTAGENS
Para quem quiser aprofundar, segue links também essenciais sobre o Plano e ações na crise da àgua nos últimos anos:
Bauruense já acumula R$ 165 milhões pagos para DAE resolver falta d´água em seis anos
Falta d’ àgua: buscar no rio Tietê é melhor do que fazer nova captação no rio Batalha?
CRISE FURTOS
Outro assunto do dia é a crise com furtos em toda a cidade. Ocorre que as Polícias Civil e Militar já pediram ao Legislativo para mudar a lei de ferro velho – para haver como fechar clandestinos e reduzir a “ponta final” dos crimes.
Mas até agora não mexeram na lei. Os irregulares não sofrem fiscalização efetiva e permanente. E quando isso ocorre a lei atual impede que ilegais sejam lacrados.
Veja matéria atualizada hoje sobre esta questão no link:
Viciados fazem “limpa” em fios novos da Batista e levam até placa de 1910 de Machado de Mello
QUEIMADAS
Vereadores também cobram atividade delegada com Polícia Ambiental anunciada pela prefeita no mês passado. Não foi assinado Termo até agora.
E a cidade continua em chamas. Nesta segundona, moradores do Jardim Colonial e Chácaras Odete sofreram para combater o fogo em àrea de preservação ambiental no fundo do Ceagesp.
Fico me perguntando até que ponto a crise da água é por pura incompetência da atual gestão ou faz parte de um sucateamento deliberado para entregar tudo de mão beijada para a SABESP?