Suéllen é eleita afirmando que vai fazer o “básico funcionar”

Suéllen comemora a vitória, na noite do domingo, em Bauru

 

Ela venceu tendo segundos no horário eleitoral de TV no primeiro turno e, no confronto direto, afirmando aos bauruenses que vai fazer o “básico funcionar”. Primeira mulher eleita prefeita de Bauru Suéllen Rosin (Patriota), disse que vai dividir as decisões de seu governo com o vice, o médico Orlando Costa Dias.

Com 89.725 votos, contra 70.558 do líder nas pesquisas até 15 dias do final do primeiro turno (médico Raul Gonçalves – DEM), a jornalista surpreende na disputa em Bauru com a aplicação de comunicação emocional em toda a campanha, onde pouco apresentou sobre como vai resolver os inúmeros problemas da cidade.

“Outsider” para uma parte, nome novo entre políticos tradicionais combinado com uma imagem conhecida por sua atuação anterior na TV TEm (afiliada da Globo na região), Suéllen superou o favoritismo de Raul, viu a elevada rejeição e a crise hídrica fazerem sucumbir a candidatura do atual prefeito (Gazzetta) e ocupou um espaço que não era vazio, ao contrário (conhecido), mas menosprezado pelos caciques da política local: o cansaço e insatisfação de boa parte da população com o que falam e fazem os grupos tradicionais da aldeia Sem Limites.

O palco da eleição estava pronto para o encaixe do discurso em torno da TERCEIRA VIA. A princípio, o perfil desejado pelo empresariado local era o de um gestor. Na periferia, o novo estava latente. Suéllen não ocupa essas duas caracterizações do perfil. Mas soube aproveitar o espaço na sala vazia.

Suéllen terá duríssima jornada pela frente. Terá de dialogar com um Legislativo eleito quase que majoritariamente pelo grupo de seu adversário, saiu com apenas um vereador das urnas (Marcelo Afonso) e, mesmo que faça composição com os demais, terá de bancar o discurso (dela) de que “vai governar sem fazer conchavos”, sem trocar apoio por distribuição de cargos no poder.

Mais que isso, estará nas mãos de Suéllen decidir sobre contratos de longo prazo, que vão definir a forma, o custo e as regras de serviços essenciais, em concessões que vão durar 25 anos, como nos casos da Iluninação Pública e Lixo.

Ela defendeu PPPS e reforma na máquina pública (como seu adversário Raul), mas não esboçou como fará isso. Vinda de partido conservador, prometeu governar para todos e fazer “funcionar os serviços públicos”.

Nas palavras da própria prefeita eleita, a população (sobretudo dos bairros mais distantes) a escolheu com a obrigação de fazer funcionar os serviços. “Eu quero resolutividade para os problemas crônicos da cidade. E para isso vou ter uma equipe técnica para resolver esses problemas. Vou discutir com meu vice as indicações e dialogar com os vereadores e segmentos da cidade interessados em solucionar esses problemas. Fui eleita prometendo fazer funcionar o básico”, lembra.

De fato, recai sobre sua escolha a ideia de que os partidos, grupos políticos tradicionais da cidade e integrantes do poder, por anos, não fizeram o que prometeram, até aqui.

Das urnas, vale observar (como projetado) também sai o recado de que a maioria dos bauruenses abriu mão da escolha (realidade também do restante do País), indicativos perigosos de esgarçamento do que restou de nossa jovem democracia.

110.466 eleitores não quiseram nem a jornalista e nem o médico, neste segundo turno. 86.636 sequer compareceram para votar. O restante foi de nulos e brancos.

Suéllen disse que forma o grupo de transição para levantar informações para o início de seu mandato ainda nesta semana. E terá de formar, rapidamente, o núcleo de transição, porque tem apenas 30 dias para iniciar seu governo.

O time para governar ela diz que anuncia, nas próximas semanas. Será (e já está) assediada por aqueles que vivem da política, não sobrevivem sem a política e dela se apropriam para (pelas mãos de terceiros ou não) impulsionar seus negócios…

Suéllen diz que não vai se submeter a este jogo. “A mim cabe não decepcionar as pessoas e mostrar a eles que fizeram a melhor escola”, afirmou em entrevista.

Ela também definiu: “formarei um secretariado técnico para os problemas crônicos em Bauru, que só podem ser resolvidos com equipe técnica”.

 

Na foto, a jornalista comemora sua vitória logo após a confirmação da totalização de votos, ainda no domingo à noite.

 

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