O Conselho de vice-presidentes da Caixa em Brasília aprovou as bases do acordo para refinanciamento (novação) da dívida da Cohab Bauru com o FGTS, cujo valor está em R$ 383 milhões até julho passado.
A prefeita Suéllen Rosim anunciou a aprovação da negociação pelo banco em sua rede social hoje, após reunião na Capital Federal. Participaram com a prefeita da reunião com o comando da Caixa que trata de devedores, o presidente da Cohab, Éverson Demarchi, e o secretário de Finanças, Éverton Basílio. Em sua rede, Suéllen ressalta o êxito no desfecho da negociação que passou sem solução pelas mãos de prefeitos anteriores. Altz inadimplência e desvios milionários afundaram a companhia.
Conforme Demarchi, presidente da Cohab, “o acordo teve a aprovação de todas as bases jurídicas e econômicas pelo Conselho de vice-presidentes, última etapa para a minuta em Brasília. Com o aval da prefeita, agora cabe ao Jurídico do Município avaliação da minuta para seguir projeto de lei final para Legislativo e assinatura”.
VALOR
A dívida cresce a valores milionários. Em março, a atualização dos R$ 1,7 bilhão com acordo ficava em R$ 348 milhões. Atualizado até julho, o valor total passa de R$ 2 bilhões e o acordo sobe para R$ 383 milhões.
Outra posição que o tempo desfavorece é a correção. Até dezembro de 2026, os juros aplicados para pagar em 30 anos são de 3,08%. Depois disso vai a 6%, conforme resolução da Caixa. Hoje, a parcela mensal chega a uns R$ 2 milhões.
Segundo Éverton Basílio, a posição da dívida tem, agora, as bases aprovadas e a Caixa recepcionou compromisso em explicar dùvidas na planilha. São mais de 90 contratos, a maioria ainda da década de 70, 80.
Segundo ele, foi discutido com a Caixa pontos como a posição de que a planilha tem o mesmo contrato apontado mais de uma vez. “A planilha traz a atualização dos débitos como aparece em um cartão de crédito, para exemplificar. Se em um mês o valor pago foi o mínimo, ou nem foi pago, isso aparece na planilha seguinte. Não é duplicidade. Isso aconteceu por exemplo na lista do acordo de 2003. O problema é que assinaram acordo e não pagaram. Essa posição da Caixa será checada agora pela Cohab para finalizar”, aborda.
Este ponto é um dos levantados em Bauru pela Comissão de Fiscalização que, na última reunião ouviu o técnico da Cohab (Felão) que julgou essa situação como erro. Nesta sexta-feira, a Comissão deverá ouvir o ex-diretor da Cohab, Valdir Gobbi, que deixou o cargo junto com Alexandre Canova (presidente no govetno atual) por divergirem da evolução da dívida.
Presidente atual, Éverson Demarchi, abordou que de fato a compreensão das planilhas é complexa. “Fechamos as condições de juros, prazo de 30 anos, composição de honorários (R$ 7,5 milhões corrigidos pelo IPCA) e atualização dos contratos. Agora o Jurídico do Município se posiciona (porque a garantia é o repasse de FPM) e a Cohab conclui a análise das planilhas da minuta”, cita.