EROSÕES: problema antigo, desafio do novo governo

 

Além de deficiências em abastecimento de água, saneamento, iluminação pública, infraestrutura em drenagem, pavimentação e serviços, a prefeita eleita Suéllen Rosin (Patriota) vai herdar, de vários governos, a incapacidade da Prefeitura de Bauru de conter e não deixar “nascer” EROSÕES.

A Secretaria de Obras elenca três pontos urgentes de intervenção, que não podem esperar nem um semestre a mais, sob pena dos prejuízos (a moradores) e ao Município serem muito maiores do que a operação de contenção. Neste momento, a Prefeitura tenta remediar o estrago feito pelo escoamento irregular de águas, há anos, nas imediações do Residencial Pinheirinho.

Os moradores, na região das vilas Dutra e Industrial, estão apavorados. A própria Defesa Civil reconhece risco a várias residências na erosão que se “agiganta” há anos, bem perto do muro do Residencial Pinheiros.

Há, inclusive, decisão judicial recente determinando que a Prefeitura realize obras de contenção da “vossoroca”. A medida judicial teve parcial cumprimento pela administração. Ocorre que, paliativas, as instalações de estacas não vieram acompanhadas de medida para impedir (ou reduzir) o volume de água que “desce” pela encosta do condomínio Pinheiros.

Logo, as chuvas dos últimos dias fizeram a medida provisória de contenção ser atacada pelo grande volume de águas. O secretário de Obras, Sidnei Rodrigues, considera que “a instalação de contenção, com estacas, cumpriu seu papel. Mas a solução definitiva para o problema envolve investimentos em tubulação, macrodrenagem, que são estimados em R$ 6 milhões”, conta.

Contudo, esta é mais uma EROSÃO que nasceu pequena e ganhou “volume” pela ausência de ação preventiva, ou corretiva, da prefeitura. Na ação judicial, onde há decisão pela contenção da erosão antiga formada no local, o advogado Milton Pontes demonstrou como o problema se formou, ainda desde 2004.

Ainda em 16 de outubro, passado, a juíza da Vara da Fazenda Pública de Bauru, Ana Lúcia Graça Aiello, sentenciou que os moradores convivem há muito tempo com a sensação de que uma hora serão engolidos pelo buraco perto de suas casas. A determinação de correção foi imediata.

Mas, como explicou o secretário, as estacas funcionaram, mas não foram suficientes para impedir que a “terra rodasse no mesmo local”. “Nós estamos atuando de novo para impedir que, em chuvas daqui pra frente, o mesmo volume de água desça. Faltou isso na intervenção inicial. Mas a Defesa Civil está monitorando as casas. Se houver risco não vamos hesitar em determinar interdição. Neste momento, consideramos que não será preciso e que isso evita gastos elevados com alugueis para os moradores serem retirados”, contou,

Ou seja, a emenda pode ficar muito mais cara do que a solução. Na ação, onde o advogado Milton Pontes Ribeiro adverte para a TRAGÉDIA ANUNCIADA, a decisão veio em outubro passado: DECISÃO – RENATO X PREFEITURA (1) .    

Esta era a situação antes das chuvas deste início de dezembro, perto do Condomínio Pinheiros

Nesta quinta (02/12), a Prefeitura voltou ao local. Veja imagem:

 

LAGOA DA QUINTA e TREVO DA ENY

Outra das 3 erosões prioritárias, em expansão, elencadas pela própria Secretaria de Obras é a que está “ligada” à Lagoa da Quinta da Bela Olinda.

Um “caminho” de destruição se forma, também há anos, em um dos pontos da lagoa. A erosão já destruiu boa parte do que havia de galerias na região e avança, progressivamente.

Na opinião de Sidnei Rodrigues, o volume, duração e intensidade das chuvas, no início de 2021, é que vão determinar como fica o grau de necessidade de intervenção, em menor ou maior tempo, no local. “Mas não é algo que possa esperar mais do que 6 meses para ser atacado”.

A terceira erosão está na região do Trevo da Eny. A concessionária já mostrou interesse em atuar no local. Mas o início da intervenção demora. E, neste momento, conforme a administração municipal, a concessionária quer aguardar passar a “temporada das chuvas” para atacar a erosão.

Mas a Secretaria de Obras considera que o problema não pode esperar. “Na Erosão do Trevo da Eny, a concessionária Rodovias do Tietê concordou em recuperar o local em parceria com a prefeitura, mas só vai colocar sua contratada após a chuva do ano que vem. Minha opinião é que vai agravar muito mais até lá”, posiciona.

Veja a imagem pelo google maps da erosão “invadindo” uma “ponta” da Lagoa:

 

Quatro viadutos para arrumar em 2021

Os quatro viadutos com problemas estão na região central

A Prefeitura de Bauru terá de buscar, rapidamente, recursos para a recuperação a curto prazo de quatro viadutos localizados em pontos estratégicos do Centro.  A vitoriosa nas urnas terá de conseguir verbas para recuperar, além dos já divulgados pela administração, também o Viaduto Nicola Avallone.

A informação é da Secretaria Municipal de Obras. Conforme o secretário Sidnei Rodrigues, um dos pilares do equipamento, cravado no “meio” do Rio Bauru, perto do Fórum Bela Vista, apresenta sinais de fadiga e terá de passar por intervenção.

Segundo o secretário, neste momento, uma vistoria realizada pela Secretaria e a Defesa Civil, a principio, descartou a interrupção do tráfego. “Um dos pilares instalado no leito do Rio Bauru, perto do Fórum, apresentou necessidade de recuperação. Os testes realizados descartaram a necessidade de interromper o tráfego, utilizado ainda em sentido único. Mas a administração não poderá retardar por muito tempo o reforço que tem de ser realizado neste pilar”, contou.

A avaria se junta aos problemas já detectados em outros três Viadutos, todos na região central e que funcionam como interligação fundamental entre o Centro e bairros, entre diferentes regiões. A Secretaria de Obras já havia realizado laudo nos viadutos Mauá, Azarias Leite (João Simonetti) e Treze de Maio.

A última intervenção foi realizada no Viaduto da Treze de Maio. Mas a solução dos problemas depende de projeto, ainda a ser contratado. “Nós estimamos cerca de R$ 1,5 milhão para realizar três projetos. Mas teremos de realizar esta contratação também para o Nicola Avallone. São equipamentos em que a avaliação é que continuam em condições de suportar o trânsito por algum tempo. Mas se nada for feito, eles não escapam de serem interditados lá na frente”, comentou Rodrigues.

A Secretaria de Obras tem orçamento de apenas R$ 5,5 milhões reservado para 2021, sendo a despesa com contratação de projetos citada pelo secretário prevista neste valor. Não há recursos para aplicar na recuperação dos equipamentos.

PENDÊNCIA

Em 2019, o Ministério Público pediu vistoria em todos os viadutos e pontes de Bauru. Na ocasião, a alça do viaduto da 13 de Maio foi interditada, e só houve liberação algum tempo depois, após a colocação de escoras de madeira, em caráter provisório.

Além deste equipamento, foram identificadas necessidades de vistoria especializada nos viadutos JK, Antônio Eufrásio de Toledo, sem contar a ponte da rua Inconfidência sobre o Rio Bauru.

Em relação ao Nicola Avallone, a Secretaria de Obras havia projetado a utilização do equipamento em duas mãos de direção. Para isso, se aguarda a instalação de uma ponte, transpondo o rio Bauru, na av. Nuno de Assis. Mas, conforme o secretário, a situação do pilar avariado impede esta medida até que seja resolvido o problema na sustentação.  

6 comentários em “EROSÕES: problema antigo, desafio do novo governo”

  1. Afonso Celso Pereira Fábio

    Senhores,
    Acredito que a primeira ação da nova Prefeita tem que ser, se possível, com a participação de técnicos de entidades de classe, universidades, secretários, técnicos da prefeitura, etc um diagnostico dos problemas críticos, urgentes, preventivos e corretivos, indicando com datas a ordem de prioridade, definindo a disponibilidade de verba ( Se não tiver o necessário, busca urgente junto ao Estado e/ou União com apoio de vereadores, deputados,etc), e o mais importante ainda uma equipe de fiscalização com acompanhamento diário e troca de informações com a equipe gestora sobre o caminhar das correções imediatas visando as metas a serem atingidas.
    Tao importante quanto, manter Câmara Municipal, Ministério Público e Sociedade informada da situação de cada atividade .
    Esse e o inicio de um longo caminho a ser percorrido na busca de uma Bauru melhor apesar de tantos problemas assumidos de outras gestões.

    Afonso Fábio

  2. Michela Bertizoli Maurício

    Sou moradora do Condomínio Residencial Pinheiros e há anos estamos tendo problemas com essa erosão. Espero que agora os políticos de nossa cidade olhem por nós.

    Obrigada pela excelente matéria e pela atenção que nós foi dada.

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