O relatório técnico do estado da obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no canteiro do Distrito Industrial identifica item a item as falhas na instalação, deterioração de equipamentos, fissuras, serviços incompletos e serviços com irregularidade. O inventário foi trazido a público na sessão do Legislativo pelo vereador Coronel Meira.
O relatório foi serviço realizado pelo Consórcio BBE Bauru, composto pelas empresas Beck de Souza Engenharia e Engeplus Engenharia. O engenheiro Marcos Fernandes assina o documento. A empresa foi contratada, por R$ 4,8 milhões, para detalhar o estado da ETE, entregar planilhas descritivas e identificar o que precisa ser feito para a conclusão da usina de tratamento de esgoto.
Conforme revelado pelo CONTRAPONTO, na semana passada, o governo rescindiu o contrato com o consórcio por considerar que o serviço não foi concluído para efeito de licitação. Mas o detalhamento de defeitos foi concluído.
A BBE foi multada e perdeu, no Judiciário, a contestação da infração. Conforme processo sobre seu trabalho, o inventário descreve as irregularidades na obra (do que foi instalado pela COM Engenharia). Mas faltaram planilhas para a abertura da licitação de conclusão da obra, serviço que agora foi contratado pela Prefeitura junto a Fipe, sob a proposta de concessão.
PLANO B
Apuramos que o governo estuda, como “plano B”, até retirar a drenagem da Nações Unidas (R$ 467 milhões) da proposta de concessão. A ideia seria “quebrar resistência” focando em esgoto e abastecimento, incluindo no lugar da drenagem as obras do Plano Diretor de Água (PDA). Mas o governo ainda não entregou o estudo de viabilidade técnica e econômica (EVTE), contratado junto a Fipe. E esta (e outras informações não conhecidas para um contrato bilionário) dificulta o debate e andamento do projeto essencial para a cidade (tratar o esgoto).
INVENTÁRIO
O fato é que o inventário, ao menos, é agora conhecido. O documento completo foi disponibilizado pelo vereador Coronel Meira no projeto de lei da concessão, em andamento na Comissão de Justiça. “O relatório traz detalhes, mostra que a obra de mais de centena de milhões de Reais já gasto está um lixo, deteriorando. E não há outra alternativa para concluir e operar o esgoto sem concessão, transferindo o risco (e o retorno do investimento) para a iniciativa privada”, defende.
O inventário, entregue em setembro de 2021, quando a Prefeitura encerrou o contrato com a COM Engenharia, visou:
a) Permitir uma visão global do estado atual da obra para o recebimento provisório;
b) Levantamento através de relatório textual-fotográfico da situação atual das diversas estruturas de concreto a fim de atestar se há conformidade ao padrão de aceitação pelas diretrizes dos projetos e instruções de serviço, pois os serviços já foram apropriados à Construtora COM Engenharia, e a manutenção e conservação
c) Descrever a situação dos equipamentos adquiridos e locados em canteiro.
…
No geral todas as estruturas instaladas estão inacabadas e com necessidade de reparos. Cada frente da obra foi fotografada e com descrição de erros e instalações a corrigir ou inacabadas. Leia o relatório na íntegra aqui INVENTARIO OBRA ETE SETEMBRO 2021 ROMPIMENTO COM ENGENHARIA
AMOSTRAGEM DE PROBLEMAS
Como é sabido no meio da engenharia, obra parada custa muito mais caro. E a deterioração de materiais, estruturas, multiplicam o desperdício do dinheiro público. Veja a seguir uma amostragem, por imagens, no relatório, do estado da ETE, por setor:
“Mas faltaram as planilhas para a abertura da licitação de conclusão da obra….”
Pergunto: Como fazer sem o arquivo das modificações propostas pela ARCADIS ?