CEI DE DOAÇÕES
Como já mencionado aqui, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) das doações ao Fundo Social terá, como parâmetro inevitável, a conclusão da apuração da primeira etapa (doações de cestas e eletrodomésticos) ainda neste mês, bem antes da própria Comissão Legislativa.
Por óbvio, o trabalho policial (via Seccional) deve trazer relatório técnico, apontando, ou não, para elementos que indiquem a necessidade de indiciamento de quem atuou no procedimento junto ao Fundo Social, ou a posição pelo arquivamento, caso o levantado até aqui não tenha identificado elementos (probatórios) no sentido de confirmar indícios confessados pela ex-assessora da prefeita, Damaris Pavan.
A não ser que a CEI “acelere” para evitar ter de aguardar o que vem da Polícia… Os depoimentos de Lúcia e Dozimar Rosim, por exemplo, hoje foram antecipados para a próxima quarta-feira – em reunião extraordinária, convocada as pressas…
Isso não vai impedir que a conclusão da CEI seja balizada pelo inquérito policial. Ao contrário.
ESPELHO
De qualquer modo, o relator da CEI, André Maldonado, tem pela frente sua primeira experiência (logo no início do mandato) em investigação parlamentar. Como dissemos, se repete agora, como ambiente, o que aconteceu com a CEI do hacker, no ano passado. Ou seja, a apuração na via política (Casa de Leis) descartou irregularidade em relação a nomes do governo (poupando inclusive o tesoureiro da prefeita, Walmir Vitorelli – que como Damaris também trouxe confissão). A Polícia Federal indiciou Walmir e o hacker…
Agora será a vez do crivo entre as irregularidades afirmadas por Damaris e a negativa pelos integrantes do governo.
Uma diferença de agenda é que, sem pressa, a CEI já terá o relatório do inquérito da Polícia. Ou seja, ocorrerá inevitável espelhamento de juízo (seja ele qual for). Mas… Aguardemos…
Mas engana-se quem acha que isso acaba no processo 1 … A outra parte da denúncia de Damaris virá depois… em quantos episódios não se sabe.
FALTA DE LEITOS
Em conversa após a posse (retorno ao cargo após viagem), nesta semana, Suéllen Rosim preferiu elencar investimentos e diálogo com o governo do Estado na saúde – quando indagada sobre discursos (inclusive de vereadores da base de apoio ao seu governo) posicionando que ela cobre o governador Tarcísio publicamente sobre a escalada de falta de leitos de internação em Bauru.
Como se sabe, é crônica, mais uma vez (como em anos anteriores), a fila de espera de pacientes em busca de internação em hospitais do Estado em Bauru. A esse respeito, Suéllen disse que tem bom diálogo com o governador e, ainda nesta semana, iria ter agenda com a direção regional de Saúde buscando aumentar a oferta de serviços para esta demanda. A ênfase da prefeita, na verdade, foi para investimentos que o Estado está realizando, como no Hospital das Clínicas.
COBRANÇA DO PROMOTOR
Por falar em cobrança, o vereador José Roberto Martins Segalla (promotor aposentado) cobrou, na reunião legislativa desta semana, o promotor de Urbanismo, Henrique Varonez. Segalla disse ao microfone público que a Prefeitura de Bauru, de novo, está acelerando conteúdos densos (e extensos) da revisão do Plano Diretor e adotando, como forma, reuniões que concentram regiões muito grandes, para apresentar, em duas ou no máximo 3 horas, conteúdos de duas leis importantes (a revisão ainda inclui a Lei de Zoneamento).
Para o parlamentar, o promotor tem de atuar para corrigir a forma no andamento: “Esta semana, por exemplo, a apresentação de conteúdos extensos pela Fipe abriu a agenda com os setores 1,2,3,4 e 5 todos de uma vez convocados (em uma segunda-feira à noite). Vocês já observaram quantos bairros compõem todos esses setores de uma só vez. Não vai gente. Fica protocolo, para cumprir alguma coisa, mas sem mobilização anterior. Não vai gente. E mesmo que isso acontecesse não dá para discutir o enorme volume de temas expostos. E o pior é que o Ministério Pùblico dá aval a esta forma”, criticou.
FORMA
Para Segalla, este formato “é só de aparência de participação. Fica tudo maquiado e não tem participação popular, representatividade (essência do Estatuto das Cidades). E são conteúdos que vão afetar toda a cidade. Mas só alguns (interesses) estão participando”, concluiu.
Não é só Segalla que faz este apontamento. Delegados que acompanham as reuniões têm repetido ao CONTRAPONTO que as pautas e volumes são marcadas “em cima da hora” (com quantidade enorme de conteúdos técnicos)… Enviamos esta ponderação, ainda antes, a coordenação dos trabalhos…
VOZ POPULAR
Fátima Ferre, leitora do CONTRAPONTO e participante efetiva da agenda da revisão do PD, se manifesta. E também na direção do que aborda Segalla:
Tenho participado nas reuniões, oficinas técnicas e apresentações, em que os delegados e suplentes têm sido chamados, para Plano Diretor e LUOS. Apontei que a forma como está sendo conduzido não dá oportunidades para ampla discussão dos pontos mais necessários à cidade. Seja pela falta de conhecimento técnico, seja pelo pouco tempo e até pela baixa participação doa delegados. Cheguei a apontar que há um desestimulo à participação, porque parece que no final de nada vai adiantar. Assunto complexo, termos técnicos, diagnóstico até questionável para alguns…”.
Ela complementa: “Decisões estão centradas na FIPE, sem ampla participação dos funcionários da prefeitura, profundos conhecedores da cidade. Mais parece uma corrida contra o tempo, porque agora o MP está cobrando. Ou seja, ainda participamos porque somos teimosos mesmos.”.
MURALHA PAULISTA
O Município informa que fez adesão técnica ao programa Muralha Paulista e aguarda posição do governo do Estado para que Bauru tenha, em algum momento, instalação de câmeras nas entradas e saídas da cidade (como ferramenta para combater criminalidade).
Tenho participado nas reuniões, oficinas técnicas e apresentações, em que os delegados e suplentes têm sido chamados, para Plano Diretor e LUOS.
Apontei que a forma como está sendo conduzido não dá oportunidades para ampla discussão dos pontos mais necessários à cidade.
Seja pela falta de conhecimento técnico, seja pelo pouco tempo e até pela baixa participação doa delegados.
Cheguei a apontar que há um desestimulo à participação, porque parece que no final de nada vai adiantar.
Assunto complexo, termos técnicos, diagnóstico até questionável para alguns…
Decisões centradas na FIPE sem ampla participação dos funcionários da prefeitura, profundos conhecedores da cidade.
Mais parece uma corrida contra o tempo, porque agora o MP está cobrando.
Ou seja, ainda participamos porque somos teimosos mesmos.
Enquanto houver forças, buscaremos ao menos o conhecimento, ele sempre será útil.