
O Dia da Mulher não pode deixar impune, sem cada um se despir em si, do julgamento que sufoca e mantém sobre a mulher velhos, e persistentes, estigmas. Neste dia 8 de março, a militante das causas sociais, políticas voltadas às minorias e ativista da desobjetivização da mulher, Tatiana Calmon, lança, de corpo e alma, a canção ‘Striptease’.
A autora conta que, há meses, enviou a letra para o jornalista e também compositor Nélson Itaberá. Ele retornou no mesmo dia, comentando sobre a força natural do texto. A princípio estariam ali versos de um poema crítico, que não dosa semântica para reflexão sobre as amarras que a sociedade contemporânea mantém acerca da mulher, seu corpo, desconsiderando, até, o ser em função da nudez, consumindo ainda a mais primitiva reação machista, ou de agressão, à mulher.
Neste 8 de março, Tatiana lança a canção, também por e contra isso tudo. Ela fará parte de novo àlbum, o terceiro da autora, que será conhecido em maio próximo.
Contudo, o Dia Internacional da Mulher é argumento além do suficiente para destacar a necessária reflexão pela música. A compositora comenta que “Striptease não é sobre pele exposta, mas sobre liberação. É um ato de despir não as roupas, mas os pesos impostos a mim por ser mulher. Tiro de mim o olhar torto, os julgamentos, as regras sufocantes que tentam me moldar”.
Como acentua Tatiana, na letra da canção, em um trecho: “Danço com minha nudez intensa, não a que fere os olhos alheios, mas a que me revela plena, serena, obscena – inteira. Essa canção é um manifesto contra o moralismo que aprisiona, contra etiquetas que não me cabem. Se minha liberdade incomoda, que fechem os olhos, que se mudem. Cantar é libertador…”, aguça a autora.
Lançar uma música com essa temática em pleno 8 de março, fortalece . Obrigada pela parceria Nelson.
Música e letra maravilhosa. Parabéns.