1 ano e meio de gestão: Suéllen aponta ações prioritárias em concessões e aborda 12 temas em entrevista exclusiva

Suéllen diz que prefere “não fazer anunciação de ações que possam não sair”, mas aponta suas prioridades após a “metade” do mandato (2024 é eleição)

 

A prefeita Suéllen Rosim está completando 1 ano e meio de mandato, tempo demarcatório de amplo significado para quem pretende promover ações de governo em apenas 4 anos (e o último é de processo eleitoral). De um primeiro ano de aprendizado junto á máquina pública (setor em que nunca atuou), a jovem Suéllen Rosim demonstra, em entrevista exclusiva realizada no Palácio das Cerejeiras durante o feriado, que esperava (e espera) que várias ações já estivessem sendo realizadas, ou em estágio avançado. Não significa, necessariamente, frustração, mas Suéllen convive com a ansiedade comum a gestores públicos: a distância entre o que o (a) chefe do Executivo quer fazer sair do papel e o que para pelo caminho.

Também, em parte, por esta razão, a jornalista e atual prefeita Suéllen mencionou na conversa que adota cautela no estilo “anunciação”, termo definido por ela própria ao comentar: “eu não gosto de anunciação, falar que vou fazer coisas e depois elas não acontecerem. É um estilo meu. Por isso prefiro esperar que algo já esteja encaminhado para divulgar, falar”.

O slogan de sua campanha “arrumar a casa“, segundo ela, continua sob a mira principal. “Quero ajustar o que for possível e agora é o momento de fazer os resultados começarem a chegar na população. Temos processos encaminhados em Zeladoria, aquisições de equipamentos e serviços na Sear, Obras, Seplan, Semma, ajustes para que estas secretarias andem mais juntas e programas como R$ 20 milhões de recape”, observou. Ela se refere, ao menos na questão física, no fato das 3 últimas secretarias acima passarem a atuar em um mesmo espaço, em prédio alugado onde funcionou a sede da CPFL, na Vila Falcão.

Entretanto, ela também sabe que “estar junto” não significa atuar em conjunto. Nas últimas gestões, Obras, Seplan e Semma estavam no mesmo prédio, na Nuno de Assis…. Faltam estrutura, profissionais, ação e não é neste governo. Desde anteriores…

A conclusão da ETE não pode esperar; a obra é essencial para Bauru avançar em índices de avaliação como IDH

Porém, a prefeita afirmou que vai desentranhar ações para medidas estruturais, em especial as concessões. A modelagem da concessão, por pelo menos 20, 25 anos, para a conclusão e operação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) “tem que sair” e isso tem de estar definido “até o final do ano”, reforça. Ao que tudo indica, faltam detalhes para contratar os profissionais da fundação FIP, composta por professores da USP, para fazer o estudo (exigido para a concessão). Mas esta é uma ação que não pode demorar mais….

Porém, na iluminação pública, o plano divulgado para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2023 que prevê trocar quase a metade dos 50 mil pontos do parque de lâmpadas velhas (que gastam mais e iluminam bem menos do que as de LED) continua sob indefinição.

Após o acordo com o MP Federal que garante 13.790 lâmpadas LED em avenidas e interligações de bairros e o reforço permanente na receita exclusiva pra investimentos no setor (com a majoração do percentual para instalações na CIP de 15% para 30% mensais que garantem verba para pelo menos 4.500 substituições por ano), o governo ainda titubeia entre atualizar a modelagem para a concessão no setor ou abrir licitação para tirar a cidade do breu e das luminárias velhas que engordam o faturamento da CPFL às custas da insegurança à população e serviço ruim (e caro) oferecido aos bauruenses pela concessionária.

Na LDO que será votada hoje o governo anunciou trocar metade das lâmpadas, no total, mas plano já tem mudanças e concessão está indefinida

No governo, os passos demorados para análise (jurídica e técnica) de processos como o da iluminação dividem opiniões. Há setores do governo que defendem a licitação dos bairros para por LED já, por lotes. Há quem defenda que a revisão da concessão já deveria ter sido realizada para o lançamento do processo.

Lembramos, conforme infográfico acima, que o governo anunciou plano que superaria a 233 mil lâmpadas a trocar, a partir de 2023. Mas o segundo item (a CPFL indenizar ações judiciais que perdeu da Prefeitura em um total de quase R$ 4 milhões) já mudou.

Em concessão, aliás, Suéllen Rosim tem as quatro principais ações de sua gestão. Pelo menos as de maior abrangência, impacto, custo e prazo. Além da ETE, e da definição a ser feita em iluminação pública, a prefeita reforça que está encaminhando processos para atrair a iniciativa privada para ocupar, manter e explorar o Recinto Mello Moraes e a Estação Ferroviária, como já divulgado pelo CONTRAPONTO ainda no final do primeiro ano de gestão.

Dessas ações, estruturantes, a que envolve a Estação exige, em si, medidas em diferentes frentes. “Muda a cara do Centro, a perspectiva da cidade a revitalização e ocupação da Estação, o projeto de moradias para o comércio, o parque linear que estamos discutindo, o Shopping Popular próximo da Praça Machado de Mello. Mas sem resolver a drenagem e obter áreas da União estas ações não avançam. É um conjunto de medidas em que estamos trabalhando, depois de conhecer o que Campinas fez com a Estação Ferroviária de lá”, posiciona.

O Centro tem ações como revitalizar Calçadão, trocar asfalto da Rodrigues Alves, proposta de parque e Shopping Popular: mas depende de drenagem

Conversamos com a prefeita, logo no início da entrevista, sobre a escalada da fome, em todo o País, e a necessidade dos Municípios também ampliarem ações que não podem esperar. Em Bauru, o cartão alimentação alcança um total reduzido de pessoas vulneráveis, apesar de outras ações realizadas pela Secretaria do Bem-Estar Sebes). Temos uma realidade dramática nas vilas, onde cerca de 1.800 estão em cadastros do cartão alimentação para mais de 12 mil vulneráveis, ou em situação de pobreza.

Estrutura para processos e ações andarem na Prefeitura. Eis um gargalo da máquina pública que se acumula e foi ampliado ao longo da pandemia. Centenas de servidores deixaram e deixam a Prefeitura. Ou por aposentadorias (o atual regime afasta os funcionários da ideia de carreira no setor público com as mexidas duras na previdência no governo Bolsonaro) ou por baixos salários. A prefeita cita contratações em áreas essenciais, como Saúde, Educação – setores que não vão esperar mais com as defasagens acumuladas. Mas sabe que sem técnicos nos setores de compras, licitação, engenharia, projetos, fiscalização, análise de empreendimentos, a cidade para. Neste sentido, “lenta” continua.

Política! Pra não deixar de falar de relação política, a prefeita reforça críticas contra o relatório da CEI da Educação, defende as aquisições dos imóveis e não descarta, ao pé da letra, que possa ter de fazer investimentos de porte para também cumprir os 25% mínimos de despesas para Educação neste ano. Em 6 meses de gestão restantes para 2022 não será simples efetivar despesas, com a arrecadação crescente e o fundo de Educação (Fundeb) destinando, como se sabe desde 2021, mais recursos do que o “previsto”.

Suéllem e a mãe Lúcia Rosim, pré-candidata a deputada estadual

Suéllen confirma: a mãe, Lúcia Rosim, é pré-candidata a deputada estadual. O preparo está sendo conversado em casa e, claro, com o partido. “Sim, minha mãe é pré-candidata a deputada estadual”, diz. E o grupo (da família) vai atuar na eleição 2022 próximo da afinidade já estabelecida (Bolsonaro à presidência e Tarcísio Freitas ao governo do Estado). Mas, nesta seara, a jornalista-prefeita também foi comedida.

Secretariado. A prefeita evita em falar em possíveis trocas no primeiro escalão, neste momento. Contudo, aborda que toda semana cobra resultados e avalia por que em algumas pastas as ações dão resultado mais rápido e em outras não.

A prefeita também aborda outros temas. O DAE, por exemplo, não desassoreou a Lagoa do rio Batalha (medida anunciada no ano passado) e o poço Alto Paraíso ainda não funciona), fala da dificuldade em compor com a Asten (associação que não cumpriu a operação de resíduos na área da Cava e cuja multa emitida pela Cetesb recaiu sobre a Prefeitura) e de medidas duras que terão de ser tomadas à frente da Emdurb (mas resiste em abrir o jogo sobre cortes).

A empresa municipal acumula prejuízos mensais acima de R$ 1 milhão, neste início de 2022, e uma dívida com encargos e fornecedores que já supera a metade das receitas anuais.

Servidores e previdência – A prefeita deve ir a Brasília já neste início de semana. Compensação previdenciária parada (a União exige adesão a um sistema novo e desmontou a estrutura regional do setor) e regras duras para quem ainda não se aposentou, mas também para inativos, na mira. Medidas duras serão propostas para os servidores já nas próximas semanas.

Veja, ouça, a entrevista completa dos pontos acima e dos demais mencionados pela prefeita em áudio neste link https://soundcloud.com/nelson-4-1/suellen-rosim-1-ano-e-meio-de-governo-19062022.

 

O QUE DISSE A PREFEITA

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2 comentários em “1 ano e meio de gestão: Suéllen aponta ações prioritárias em concessões e aborda 12 temas em entrevista exclusiva”

  1. Nada ou próximo de nada será feito. A prefeita não tem comando, não tem expertise, não tem perfil e não tem secretariado capaz. Para um simples decreto o jurídico da prefeitura está a 4 meses para analisar, sendo que todos os editais necessitaram de correções, eu identifiquei e cobrei as erradas. Com isso o COMTUR está a 6 meses inoperante.

  2. a prefeita é incompetente, seu secretariado é fraco e os funcionários públicos estão mais preocupados com os aumentos salariais e do vale compra do que com o trabalho/serviços prestados por eles, Bauru é uma “nau sem rumo”, nem oração muito, mas muito forte salva Bauru desse marasmo.

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