Hacker descarta versão de cunhado da prefeita, detalha serviços sujos e indica primeiras provas

Em carta manuscrita, enviada da prisão central de Belgrado (Sérvia), o hacker Patrick Brito detalha que serviços sujos exatamente realizou na devassa da vida pessoal do jornalista Nélson Itaberá e em relação a vereadora Estela Almagro, indica primeiras provas e desfaz a versão do cunhado da prefeita, Walmir Vitorelli Braga, sobre a contratação ilegal

A página digitalizada acima é uma das várias que integram mais uma das cartas manuscritas enviadas pelo hacker Patrick Brito, preso em Belgrado (Sérvia) em razão de mandado judicial onde é acusado de serviços ilegais contra políticos e o jornalista editor deste site.

Nesta etapa, além de confirmar a autoria e envio espontâneo do conteúdo, o CONTRAPONTO conseguiu contato com colegas de profissão que mantém comunicação com advogado de Patrick na prisão, na Sérvia.

O material de hoje também tem a confirmação de seu conteúdo (e autoria) pelo advogado do hacker, Daniel Madeira, em Araçatuba, assim como pela fonte ligada a outro advogado em Belgrado. O vereador Eduardo Borgo também foi contatado e confirmou o conteúdo das respostas às questões que enviou através de sua fonte, no último dia 04/11/2023. Ele informou que vai anexar o material ao processo instaurado há poucos dias. A Comissão Temporária de apuração do caso se reúne na quarta-feira, quando deve decretar sigilo, conforme o presidente.

O grupo tem agenda com Gaeco, da Promotoria esoecializada em crime organizado.

REVELAÇÕES

O material recebido hoje aponta respostas do próprio punho, escritas por Patrick César da Silva Brito a questões formuladas pelo vereador Eduardo Borgo, autor da denúncia de arapongagem contra o jornalista Itaberá e a vereadora Estela, em sessão legislativa.

O que afirma o hacker Patrick dessa vez?

– que contatou o cunhado da prefeita, Walmir Vitorelli Braga, a pedido de seu meio-irmão, policial Felipe Garcia Pimenta, no segundo semestre de 2021. O telefone de Walmir teria sido passado a ele por Pimenta.

– segundo Patrick, o policial teria lhe enviado um “RDO” Registro Digital de Ocorrência. No boletim, constava que o jornalista sofreu agressão após fazer matéria sobre um buraco na rua. (Este episódio de fato aconteceu e envolve servidor do DAE, à época, cujo conteúdo estava sob apuração da Polícia).

– o hacker afirma que tem metadados de emails enviados a Walmir Vitorelli, com conteúdos dos serviços ilegais que confessa ter realizado a pedido do cunhado da prefeita. Metadados é uma espécie de DNA da mensagem, identificando data, horário, informações do emissário e destinatário, etc. Prova essencial.

– também apuramos que alguns elementos probatórios já estão anexados a apuração. Já os conteúdos de conversas com o policial de Araçatuba e arquivos enviados estão na Sérvia, sob custódia.

– o hacker aposta que deixará a prisão a partir de 23 de dezembro, seguindo direito a liberdade previsto para aquele País, após 1 ano sem condenação.

– neste momento, ele terá a devolução de notebook e aparelho de telefone celular e diz que enviará dados e arquivos do caso.

– o hacker também se compromete a entregar arquivos que mantém em HD e nuvem.

– Patrick disse desconhecer qualquer citação de Walmir Vitorelli sobre serviço relacionado a alguma perseguição sofrida supostamente pela esposa (irmã da prefeita). Esta foi a alegação de Walmir para justificar contatar o hacker. O cunhado da prefeita não cita contato através de seu “meio-irmão”, o policial Pimenta (define o hacker), em sua versão.

Que serviços o hacker fez em relação ao jornalista e vereadora?

– Patrick confessa que: “contra Nelson (Itaberá) fez a invasão do aparelho de telefone celular, conta bancária, conta do telefone celular (Net/Claro), invasão do wi-fi (roteador), invasão da rede social (twitter). Houve também acesso a vários bancos de dados/cadastros, com dados dele”.

– “contra a Estela (Almagro), invasão do aparelho de telefone celular e rede social (twitter e facebook)”.

 – o hacker rebate a versão de Walmir de que não teria recebido pelo serviço e reitera que já inseriu essas informações nos processos em andamento. Segundo a apuração, pedido de informações a agência de câmbio Confidence, em Araçatuba, seria suficiente para confirmar o autor dos pagamentos (em dólar), por se tratar de remessa (com registro) para o exterior (onde Patrick permanece).

– o hacker revela que foi ele quem ligou para o jornalista, por duas vezes, ainda em 2022. Informou que utilizou telefone sem identificação, da Sérvia, com prefixo 381 (daquele País). Identificamos o número utilizado e que, na ocasião, o nome utilizado aparece como Mário.

Ou seja, esta confirmação credencia o uso do aúdio dessas ligações, reconhecido pelo próprio hacker.

Outras pessoas de Bauru foram hackeadas?

– nesta carta, o hacker responde que o cunhado da prefeita Walmir Vitorelli teria lhe enviado contatos de vereadores e que guardou o arquivo (em nuvem). “O Walmir queria me pagar muito pouco. Eu só aceitei fazer o do Nelson e Estela porque precisava de dinheiro, já que me pagou uma mixaria”.

Há outras citações na carta. Vamos apurar evidências, para avançar, ainda que por detalhes…

 

Contatamos Walmir Vitorelli a respeito das confissões do hacker tamvém em relação a  esta nova carta. Aguardamos retorno. Ele participou de reunião de filiação do PP, na noite desta quinta-feira.

O PP é presidido por Dozimar Rosim, pai de Suéllen – que comanda o PSD, partido onde Walmir Braga é tesoureiro.

 

 

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