N. 49 O DEBATE DA BAND ENTRE SUELLEN E RAUL… nosos PITACOS
DEBATE DA BAND
O debate da TV Bandeirantes na noite de quinta-feira, o primeiro do segundo turno, oferece alguns elementos para pontuar conteúdos, estratégias. Alguns pontos são óbvios para quem acompanha o meio político, mas interessantes para a observação do eleitor menos atento.
O que não dá para aferir, agora, é se os embates terão peso suficiente para definir, ou mudar, a impressão do eleitorado sobre as candidaturas que disputam o segundo turno.
- Tanto Raul Gonçalves (DEM) quanto Suellen Rosim (Patriota) demonstram dificuldades em abordar temas cruciais para a cidade. A maior parte das respostas é trivial. Essa “linha” pode até ser uma forma “defensiva” de não expor o que REALMENTE pensa cada um sobre temas polêmicos (onde se perdem votos)…
- Então, nem um, nem outro, formulou perguntas que exigiam necessidade de posições que afugentem o eleitor. Este é um dos lados artificiais de todo “debate”. De qualquer forma, se o segundo turno não existisse, o cidadão teria votado sem, ao menos, ter a oportunidade de checar o que cada candidato diz e se o que está sendo dito pode ser realizado, efetivado.
- Mas o primeiro embate trouxe elementos preciosos para a compreensão do jogo. Raul conseguiu dar respostas mais próximas dos temas (se o conteúdo é ideal para a cidade ou não é outra história). Suellen mostra superficialidade para vários temas locais.
- No único bloco em que os candidatos puderam fazer perguntas diretas, entre si, ficou clara a estratégia de Raul em explorar a superficialidade de Suellen. Ela tentou minimizar que “o importante não são dados, documentos, números”, mas uma equipe preparada e resolver.
- Suellen seguiu sua trajetória de dar importância ao discurso de aproximação, de vínculo com as pessoas. A jornalista repete com insistência frases de efeito como motes de campanha. “Olho no olho”, “olhar atenta e com verdade”, “consertar a casa”, “ouvir as pessoas”.
- Raul tentou se posicionar como alguém com mais informações a respeito da estrutura pública e a máquina municipal. Apesar de demonstrar mais discernimento sobre os temas, ele tem pouco traquejo para TV e não soube aproveitar deslizes da adversária. E só havia o primeiro bloco pra isso.
- Será preciso aferir se o debate teve audiência. No primeiro, poucos bauruenses, proporcionalmente, assistiram. Assim: as campanhas terão de atuar na repercussão de escorregões nos seus programas de TV.
- Suellen e Raul se equivalem em muitos conteúdos. Ambos defendem, grosso modo, a reforma administrativa da Prefeitura e tendem a conteúdos mais conservadores. Propostas para “retomada das aulas na Covid, valorização do servidor, de esportes, cultura, terminar a Estação de Esgoto, resolver a falta d´água”… chegam a ser tão parecidas que podiam ser uma só, para ambos.
- Raul foi pronto para buscar escorregões da adversária. Pediu para ela dizer o que fará no SUAS? Suellen disse que não conhecia a sigla. Ao saber de Raul que era assistência social (política nacional criada desde 2004), a jornalista respondeu na linha do: “assistência social é muito importante”.
- O médico tentou outra pergunta tipo “pegadinha”. Pediu para adversária falar da EMEi Pessato. Suellen deu resposta genérica (“vou visitar escola a escola, estar presente”). A escola foi demolida, depois de ficar um bom tempo com o prédio sem solução.
- Depois Raul perguntou quantas escolas conveniadas há em Bauru? Suellen tascou 65, e de novo criticou que “os números os técnicos trazem”. Mas que ela será prefeita para resolver. O médico replicou que são 29 conveniadas, com cerca de 5.000 alunos.
- A estratégia de Suellen foi tentar vincular Raul a um grupo que transformaria a administração em “pizzas” já distribuídas entre apoiadores antecipadamente. Raul tentou estabelecer que não há governabilidade sem grupos de apoio.
- Uma arapuca funcionou: Raul perguntou sobre “o comércio”. Suellen foi no trivial “vou dar atenção especial ao comércio local”. Na volta, o médico atacou que todas as despesas da jornalista na campanha foram feitas em Birigui, cidade de onde ela veio. Suellen reagiu que o comentário era “desespero, picuinha”.
- Ambos falaram, sem explicar, em “reduzir impostos” (meta praticamente irreal com a Prefeitura sem verba para investir e o País passando por desindustrialização), estruturar Distritos Industriais, equipar os bairros de infraestrutura, lazer, esportes, cultura. Tudo na base das afirmações sem sustentação na realidade financeira de Bauru.
- Suellen disse, em várias ocasiões, que vai arrumar a casa e acertar o que existe, na linha do “pés no chão”. Mas não soube explorar quando Raul elencou promessas de realizações para as quais não há verbas (na Saúde, as citações foram cumulativas).
- Suellen tem melhor “presença de vídeo” do que Raul. Mas, como já pontuamos em outra fase da campanha, abusa de frases de efeito.
- Está lançado o curtíssimo segundo turno. Os cutucões, estratégias e abordagens do primeiro debate foram com respeito, no campo das discussões políticas. Levantar eventuais contradições em relação a conteúdos e posicionamentos dos candidatos é elemento fundamental do necessário segundo turno: confronto de ideias, soluções, grupos.
- Assistam ao debate. Tem o vídeo disponível no youtube. E, claro, façam suas próprias avaliações. Este é o sentido da discussão política em eleição. Você, aliás, não precisa concordar com nada… Mesmo que sua posição seja pura emoção… Nós respeitamos sua opção! É isso… por ora…
- Os absurdos, até aqui, ficam por conta das hienas e abutres de meio fio de boteco e porta de delegacia. Aos covardes nosso necessário desprezo!
PILAR DO VIADUTO
E vamos mudar de assunto…
Preocupa a notícia revelada pelo CONTRAPONTO de que o Viaduto Nicola Avallone, infelizmente, também apresenta avaria, em um pilar cravado no Rio Bauru. A princípio, não precisaria, agora, segundo a Secretaria de Obras, interditar. Mas é mais um equipamento de porte que o próximo (a) prefeito (a) terá de “consertar” e rápido para que o trânsito também nesta ligação não fique prejudicado.
Aliás, o Viaduto (conhecido por mais de 20 anos como o INACABADO) é “novo”, diante dos demais. Mas ficou, por anos, ao relento, com ferragens, estruturas, expostas e sem manutenção adequada.
São agora quatro Viadutos de porte cravados na área urbanizada mais densa no trânsito bauruense, com necessidade de reparos. E isso tudo vai ficar também para o próximo mandato! Some-se a isso, contas não pagas (ainda que sob o rastro da pandemia), caixa vazio e erosões crescentes em diferentes pontos da cidade.
CANDIDATAS ZERO VOTOS!
Duas candidatas do PTB chamam a atenção no resultado oficial da eleição em Bauru. Uma teve ZERO VOTOS (Larissa Vieira). A outra teve 1 voto! (Roseli Meireles). Segundo o presidente do PTB, vice-prefeito Toninho Gimenes, uma desistiu da candidatura. A outra precisa de verificação.
Mas espalhou pela rede publicação onde a “candidata” pede voto para outro concorrente! Isso é muito mais do que singular. Concorrentes de olho nos votos (e nas contas do quociente), indicam que vão acionar o Judiciário para buscar a anulação dos votos de toda a chapa petebista em razão do episódio.
Consultamos um especialista. A indicação a princípio, é que não há mais como eliminar os votos do PTB, cuja legenda elegeu Carlinhos do PS. “O direito não socorre quem dorme”, diz um princípio. Caberia, a rigor, apuração de eventual efeito criminal sobre o caso, se apresentado indícios de que teria ocorrido irregularidade apenas com o objetivo do partido preencher a cota e, assim, manter candidaturas masculinas na disputa.
ELES LIBERARAM
O PSB de Rodrigo Agostinho se juntou ao PSDB, PT e outras legendas na decisão de liberar os filiados a apoiarem quem quiser neste segundo turno.
Na prática, temos nossas dúvidas se a emissão de “carta circunstancial” de apoio a um ou outro se converteria em votos. Os partidos não têm representação junto ao povo. E lideranças com apelo popular se acomodam em suas próprias sombras…
Parabéns pelos comentários, forma clara e objetiva. Vejo que os dois candidatos não sabem se colocar, aproveitar as deixas para contra-atacar e muito menos os recursos necessários para tantas promessas. Quem conhece um pouco da máquina pública sabe das dificuldades para girar a roda. 2020 foi um ano difícil e seu reflexo avançará, no mínimo, para o próximo ano.
Espero que ambos se preparem melhor e revejam suas posições. Bauru merece respeito e compromisso sério para com sua população.
As “pegadinhas” de Raul foram bem formuladas, mas são de alto risco. Há um certa tendência afetiva de parte do eleitorado em relação a Suéllen e a candidata pode ter isso transformado em solidariedade e adesão entre os indecisos
Muito bom parabens pela matéria
O mais marcante dessa eleição serão os covardes que se manifestaram com assédios, ameaças e vídeos descabidos de propósitos. A posição política superficial como foi, terá menos repercussão que o legado de violência.
Ótimo resumo!
Estamos num dilema. Qual é menos ruim?
o Raul é mediano, mas a Suellen é péssima.