Atraso civilizatório!

Por Rafael Moia Filho

Ao ouvir as palavras do Ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, numa entrevista concedida recentemente, chamou minha atenção e de minha esposa a sua citação ao momento em que o país atravessou nestes últimos anos. Ele chamou de “atraso civilizatório”.
Não existe melhor definição para entender bem o que passamos no Brasil desde 2018, com a eleição de Jair Messias, até o dia 08 de janeiro de 2023, quando houve a invasão da barbárie e da tentativa frustrada de golpe na nossa democracia.
Os atos terroristas e criminosos culminaram com a destruição das salas dos Três Poderes, causando um prejuízo financeiro de mais de 25 milhões de reais aos cofres da União. Sem contar os prejuízos morais, diretos e indiretos que a turba provocou.
Embora este tenha sido o ápice da violência, do ódio e do golpismo da extrema direita bolsonarista, ao longo dos quatro anos da gestão pífia de Bolsonaro, tivemos outros momentos de muita tristeza, angústia e violência.
Por atraso na compra de vacinas contra a Covid-19, perdemos mais de 690 mil pessoas no Brasil. Sem contar o desmonte provocado pelo negacionismo bolsonarista que atrasou e interrompeu o ciclo vacinal de diversas doenças, algumas delas que estavam erradicadas em solo brasileiro.
A destruição criminosa através de queimadas e invasões de milhões de hectares de terras indígenas ou de proteção ambiental, como a Floresta Amazônica, Pantanal, Mata Atlântica e o Cerrado. Tudo para que garimpo e extração de madeiras ilegais tomassem conta do cenário da natureza. Mercúrio contaminando águas da Amazônia, matando peixes, índios e brasileiros nativos é apenas um dos crimes que o governo anterior permitiu, incentivou e não coibiu.
Não à toa, a população Ianomâmi quase foi exterminada mesmo estando em terras demarcadas pela Constituição Federal do país. Crianças, mulheres e idosos morrendo de fome por culpa de Jair Messias, o presidente perverso, que mentiu os quatro anos tentando enganar a todos com suas bravatas e fake news.
O Brasil sofreu com isso um atraso sem igual na economia, na saúde pública, na educação e principalmente na sua civilidade, comprometida pelo ódio disseminado noite e dia por Bolsonaro e seus filhos e aliados.
Nunca em tempo algum nosso país sofreu tanto em tão pouco tempo, um processo de desmonte com a nossa Cultura, Educação e nossas políticas sociais, onde só faltou queimarem livros em praça pública. Será muito difícil recuperar o tempo perdido, visto que as vidas ceifadas não voltam nunca mais.

 

O autor: é Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

6 comentários em “Atraso civilizatório!”

  1. Que fase triste foi essa.
    A falta de civilidade do ex-presidente é algo perturbador, mais grave que suas incompetência e burrice.
    Difícil também ver a idolatria de alguns seguidores doentes, é algo pra tese de doutorado.
    Bom texto!!!

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