Caso hacker: ex-comandante Geral da Polícia, coronel Meira vê indícios de crime em confissão e aponta para imaturidade de Suéllen

Ex-comandante Geral da PM, coronel Meira, é relator do caso hacker em Bauru

O depoimento da confissão, ao vivo, do araponga Patrick Brito à Comissão de apuração do Legislativo repercute sob várias vertentes em Bauru. De um lado, a versão distante do jornalismo que praticava a jovem (e agora prefeita de plantão) Suéllen Rosim – na tentativa de descredibilizar a denúncia. De outro, a falsa aparência de naturalização do crime que choca até figuras experientes no ofício de segurança pública e lida com a criminalidade.

A avaliação do hoje vereador Benedito Roberto Meira expõe o alerta para a gravidade do fato, em si, e a forma imatura e desrespeitosa com que Suéllen Rosim trata o episódio envolvendo seu cunhado, Walmir Vitorelli Braga, braço direito de organização partidária e secretário do partido que comanda (PSD), até aqui.

Mesmo para os desatentos, a avaliação de quem tem no currículo a função de Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo escancara pontos cruciais do grave episódio de espionagem.

“Chocam as declarações do hacker confesso, Patrick Brito, de que realmente cometeu os crimes de espionagem contra a vereadora Estela Almagro e o jornalista Nélson Itaberá, supostamente contratado pelo cunhado da prefeita Suéllen Rosim”, lança o coronel.

Relator do caso na Comissão de Apuração, Meira acrescenta: “E mais indica: que já tinha elementos para ampliar o trabalho, em ofensiva aos demais parlamentares da Câmara Municipal de Bauru e do vice-prefeito”.

As declarações de Patrick Brito, em reunião pública, foram dadas da Sérvia, onde estava preso até poucos dias, no âmbito da Comissão Temporária que investiga o tema.

“Com minha experiência na Polícia Militar, busquei ser o mais técnico possível nos questionamentos. Independentemente das convicções que eu possa ter – e eu as tenho -, precisamos nos atentar a alguns pontos”, elenca o coronel.

“O primeiro de que estamos lidando com um criminoso confesso. E o segundo: mesmo que tudo seja verdade, é fundamental que se encontre meios de provar o que foi dito! E adianto que, apesar da relevância do trabalho inicial da comissão, à qual o hacker falou com aparente franqueza, detalhamento e desenvoltura, tal grau de aprofundamento na investigação cabe à Polícia e ao Ministério Público”, enfatiza.

Apesar do fato ser de 2021, as espionagens confessadas por Patrick Brito só foram conhecidas em outubro último, quando parte da denúncia em ação de coação levada pelo hacker à autoridades de Araçatuba vazou.

Meira expõe pontos relevantes do depoimento de ontem. “De acordo com o hacker Patrick, há meios de demonstrar o pagamento do cunhado da prefeita pelos serviços supostamente contratados por ele, bem como a existência de trocas de mensagens, tanto por WhatsApp quanto por e-mail. Mas não necessariamente o conteúdo das conversas que teriam ocorrido durante cerca de oito meses, em uma relação que beiraria a amizade”.

O coronel cita a esperada dificuldade na apuração esclarecer algo relativo a Suéllen. Outro agravante é a citação pelo araponga de que teria mantido contatos com a Polícia Civil de Araçatuba.

Em relação à prefeita, o relator do caso opina: “Pela minha experiência, adianto que será difícil comprovar outras camadas do depoimento do hacker, como de que teria partido da prefeita a intenção de espionar e controlar vereadores e seu vice.”

De outro lado, Meira adverte para a imaturidade da prefeita em lidar com a grave acusação feita pelo hacker contra seu cunhado. “Infelizmente, o mesmo cuidado que tenho ao ponderar tudo isso não é tomado pela sra. Suéllen, que, em nota à imprensa, atrelou as declarações do hacker a suposta arquitetação da oposição. Seja madura, se defenda, se julgar necessário, mas mantenha o decoro do cargo. Da minha parte, fica o compromisso de ir ao limite das possibilidades e atribuições da comissão e do Poder Legislativo na apuração deste caso”, finaliza o coronel.

 

2 comentários em “Caso hacker: ex-comandante Geral da Polícia, coronel Meira vê indícios de crime em confissão e aponta para imaturidade de Suéllen”

  1. É preciso apurar com todo o rigor, pelos meios disponíveis, para saber se há e o grau de envolvimento de cada um dos citados.
    Acredito que a Comissão da Câmara tenha as condições e meios necessários, mas a Polícia Federal e o Ministério Público reúnem maiores chances, por terem equipes especializadas.
    É muito grave o que ocorreu e a sociedade está ávida por saber a verdade dos fatos.

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