DAE rejeita Bauru integrar Unidade Regional para concessão. Governo não informa regras para adesão ao Universaliza do Estado

Em reunião pública sobre regras para adesão ao Universaliza SP, governo prestou poucas informações. Ação envolve concessão de água e esgoto

O governo municipal não prestou informações sobre regras, custos e diretrizes em caso de eventual adesão (administrativa) ao programa Universaliza SP, programa de apoio técnico para estudo de concessão de água e esgoto lançado pelo governo do Estado de São Paulo. A discussão foi chamada em reunião pública da Comissão de Fiscalização e Controle, presidida por Estela Almagro.

Na discussão, os secretários municipais ligados a Meio Ambiente e Finanças, além da chefia de Gabinete da prefeita informaram que não há grupo instituído para estudo das condições do Universaliza SP, cujo prazo para adesão é 30 de setembro próximo. Gislaine Magrini (Semma) disse que ainda está lendo o decreto estadual sobre o programa. Éverton Basílio (Finanças) disse que, a princípio, o programa implicaria em retirada das receitas do DAE da contabilização das regras fiscais (receita corrente líquida – RCL). “Deste ponto, que é minha atribuição, perder a RCL implica bastante nas contas do Município, porque o DAE é o órgão mais superavitário”, citou.

O chefe de Gabinete, Rafael Almeida, disse, de forma breve, que o governo municipal aposta na aprovação da concessão do esgoto (projeto de lei em andamento no Legislativo). Mas também não sou soube falar sobre o Universaliza SP.

Para a vereadora Estela Almagro, presidente da Comissão de Fiscalização e Controle, o governo “nada sabe sobre o Universaliza e sequer tem grupo de trabalho para isso. A fala da prefeita sobre adesão é mero engodo para pressionar pela aprovação da concessão pela Câmara, onde nem o estudo técnico entregaram até agora e o projeto de lei foi enviado em 3 de junho. É uma enrolação. E é só apoio técnico e para modelagem que Bauru inclusive já contratou”, abordou.

O presidente do DAE, Leandro Dias Joaquim, disse que o último relatório elaborado pela Fipe (que traz dados sobre projeção de custos da operação do sistema, em relação às previsões de receita) resolve a exigência da Caixa. O banco federal, em ofício, exige o estudo completo, para definir, sobretudo, viabilidade de conclusão da obra sob os aspectos financeiro e de engenharia. O projeto de lei da autorização para concessão de esgoto está com pedido de informações da vereadora.

A reunião tinha o objetivo de solicitar ao Município informações, como:

. quais as condições jurídicas para adesão ao Universaliza SP diante da exigência de aprovação de concessão por lei própria em Bauru?

 . A adesão ao apoio técnico para estudo pelo Estado tem custo? Qual? 

. Qual as condições exigidas para a cidade integrar o apoio técnico oferecido e o porte exigido para uma cidade aderir (população)?

 . Como fica o prazo assumido com a Caixa e MP para concluir a ETE Distrito diante dos prazos já estabelecidos, inclusive em TAC, em confronto com a futura agenda do Universaliza? 

REJEIÇÃO

O advogado do Sindicato dos Servidores (Sinserm), José Francisco Martins, apresentou na reunião que o DAE, por decreto, rejeitou adesão de Bauru ás Unidades Regionais previstas no processo do Estado. A publicação municipal é do final de 2021. O procurador Jurídico do DAE, Carlos Ruiz, posicionou que este decreto do DAE retira Bauru de integrar unidades regionais, que terão gestão compartilhada.

Em suma, o DAE optou, desde então, a atuar fora de consórcio, se assim for encaminhado. Das Unidades Regionais, Bauru integra a Unidade de Gestão relacionada a Bacia Hidrográfica Tietê-Jacaré (Pepira). 

Na prática, a adesão administrativa ao Universaliza é para autorizar o Estado a realizar o estudo (a modelagem do sistema). Neste ponto, também falta explicar se haveria custo, ou se pode ser utilizado o estudo que a Fipe (contratada por Bauru) ainda está realizando.

O programa do Estado é para pequenas cidades, através de consórcio. Porque centenas de cidades não têm condições de atrair investimento privado para concessão de esgoto e água para antecipar o acesso à população para esses serviços (até 2029).

Outro ponto: o Universaliza é dirigido para áreas urbanas, conforme alertado pelos Conselhos do Meio Ambiente Municipal (Condema) e Consema (Estadual). Não entram áreas isoladas, situação grave que afeta a todos os municípios, em escala exatamente no Interior. Para os conselhos, o Estado quer dar apoio técnico para o estudo. Mas a futura e eventual concessão, em consórcios, será oferecida ao setor privado.

Em suma, a fala (recente) da prefeita de que se a concessão de esgoto não for aprovada pelo Legislativo Bauru adere ao Universaliza SP não tem sustentação no prazo (a adesão expira já em 30 de setembro) e muito menos na necessária solução para o tratamento de esgoto do Município.

O único prazo, hoje, sob pressão do governo cumprir, é 04 de outubro. Data oficiada pela Caixa para que Suéllen Rosim cumpra a entrega (integral, completa) do estudo de viabilidade técnica e econômica (EVTE) contratado junto a Fipe. O que ainda está sendo realizado.

 

 

 

 

 

 

 

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