N. 481 Suéllen aciona de novo TJ para restringir convocações para depor na Câmara. Secretário tenta evitar que Comissões de Apuração da compra de uniformes falem com chefe do Almoxarifado e diz que vai à Polícia. Escolas ainda estão sem receber calças e camisetas. Veja também: mais dois nomes discutem entrar na disputa à Prefeitura

Berriel, Meira, Estela, Chiara, Segalla e Lokadora: se prefeita veta ouvir servidores na Câmara, as Comissões vão até a Prefeitura para investigar (divulgação)
NO ALMOXARIFADO

Se a prefeita Suéllen apostou que ia conseguir paralisar a apuração do emblemático caso da compra milionária de uniformes pela Educação, não foi desta vez. Integrantes das Comissões de Justiça, Fiscalização e Educação arrumaram estrutura de gravação e partiram, em comitiva, até o Almoxarifado. Fizeram checagem de estoque de uniformes em bom estado adquiridos em anos anteriores, mas que não foram entregues até hoje, recolheram amostras de itens de tamanhos e tipos diferentes (de 2023 e 2024) – para comparar a qualidade do material (tecido, acabamento, etc).

A Comissão quer saber (e a comunidade também) por que alguns itens têm preços, neste ano, superiores a até 90% o pago em 2023, inclusive da mesma empresa fornecedora e com a mesma descrição no edital da licitação. Afinal, a diferença gritante de valores exige apuração em detalhes.

B.O. COM SECRETÁRIO

Mas o secretário de Educação, Nilson Ghirardello chegou falando duro. Conforme os membros das Comissões, ele tentou desestimular a servidora chefe do Almoxarifado da Educação a falar com as Comissões de Fiscalização legalmente constituídas. Nilson também indicou aos presentes que registraria Boletim de Ocorrência, na linha de “abuso de poder” pela diligência.

Solicitamos, à imprensa oficial do governo, informações sobre providências que o Secretário enfim tomaria. O governo foi evasivo: disse que iria ouvir a Secretaria de Educação para apurar os fatos e depois se pronunciar.

PREFEITA NOTIFICADA

Ainda nesta quinta-feira, a Mesa Diretora enviou informação (release) de que teve encontro com a prefeita, oficiando Suéllen de parecer da Consultoria Jurídica da Casa  apontando que o Executivo tem de cumprir as convocações de secretários, chefes, diretores e servidores apontados em apuração aberta com descrição de fato determinado (análise das compras de uniformes pela Educação).

Ou seja, o direito constitucional do Legislativo cumprir sua função (fiscalizar o Executivo) é indiscutível. E os vereadores podem faze-lo por instrumentos escritos (requerimentos), audiências públicas ou oitivas pelas respectivas Comissões, cada uma em seu tema. A Comissão de Fiscalização, por óbvio, tem competência para cumprir a fiscalização aberta.

O documento entregue à prefeita ainda adverte que o “impedir o funcionamento da Câmara” e descumprir ordens de convocação com data prévia, sem justificativa, implicam em responder por infração político-administrativa. Ou seja, até processo de cassação de mandato.

Nem precisa esperar para ver como a chefe do Executivo vai agir com a notificação…

SUÉLLEN ATACA

A prefeita nem esperou a poeira cair do primeiro embate com a Câmara (ao obter liminar no TJ para impedir a retirada de regime de urgência para concessão do esgoto). O Executivo voltou a acionar o Judiciário: desta vez para restringir a convocação para depoimentos junto à Câmara. Veja a manchete na capa do site com todos os detalhes. 

PLEBISCITO

Outra frente de embate, com ingrediente também jurídico, é em relação ao andamento do requerimento (de outubro de 2023) ontem protocolado pelo autor, vereador Júnior Lokadora, para que o plenário vote pela realização, ou não, de plebiscito sobre a concessão (ou não) de esgoto.

O documento deu entrada com 9 assinaturas. Em outubro, Marcelo Afonso e Júlio César assinaram a proposta de Lokadora. Mas, nesta fase, eles podem retirar as assinaturas.

Onde então estará o embate? É que no Legislativo de Bauru a norma diz que a solicitação de plebiscito precisa de 9 assinaturas para dar entrada e 12 para aprovação, em votação pelo plenário. Mas, para a mesma matéria, a norma federal estabelece que 1/3 das assinaturas já seriam suficientes para o pedido “dar entrada”.

Por ora, a princípio, seria necessário mais uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adi) também para ajustar, ainda que por liminar, o quórum para plebiscito. Ou seja, ocorrer do Judiciário fixar seis assinaturas (como o fez para instalação de CEI e até para votar aprovação de concessão)…

Aguardemos…

SEM UNIFORMES

Na diligência de hoje, as Comissões atualizaram que dos 119 pontos de entrega de uniformes definidos na contratação pela Educação, 62 receberam. Mas os demais não! A fornecedora pediu mais prazo. O estipulado venceu no dia 22 de abril último.

Já os materiais escolares foram entregues apenas em 29 pontos até aqui. E as Comissões também apontam que o Almoxarifado ainda não recebeu os documentos de controle de entrega de sandálias. A empresa, pelo contrato, entrega diretamente nos locais definidos pela Educação.

PULVERIZAR PARA SOMAR

Vários dos partidos que fazem oposição a Suéllen Rosim indicam, nas conversas, para o que chamam de necessidade de pulverizar votos, entre diferentes segmentos, no primeiro turno da eleição municipal. Objetivo: gerar mais fatias de votos entre vários candidatos e garantir o segundo turno.

Integrantes mais experientes com processos eleitorais comentam, abertamente, que sem Rodrigo Agostinho na disputa, vetores importantes como “scalt” e carisma eleitoral (sem juízo de valor sobre virtudes e defeitos que cada candidato (a) carrega) pedem, desde já, o surgimento e fixação de nomes com vínculos com a cidade e apoio de grupos diversos – para o embate mais direto contra a prefeita e seu grupo de fora.

Uma das ponderações é de que Suéllen, por óbvio, agrupa em torno de si e da máquina, uma fatia dos partidos que abocanhou, incluindo, entre as legendas mais tradicionais, o MDB liderado pelos Mandalitti. E, assim, para tentar obter fatias de votos de espectros diversificados, de conservadores a redutos de centro-esquerda, de evangélicos mais tradicionais ou dissidentes.. do empresariado que tem dificuldade em dialogar com Suéllen…,

… a eleição 2024 em Bauru pediria (hoje) o lançamento de várias candidaturas com algum potencial de voto, para pulverizar a votação…

A ideia vai prosperar? Não sabemos. Tem sentido? Ah… é cedo pra dizer tanto mais… Mas contar o que os partidários falam não faz mal algum…

Ou faz?

GAZZETTA

E convenhamos, nem precisaria tanta conversa para, no frigir dos ovos, aceitar a cabal necessidade de partidos conhecidos em prover, lançar, dar impulso, a alguma candidatura majoritária. Correr atrás de votos sem candidato (a) ao Executivo não é nada fácil!

E o que isso tem a ver com Gazzetta e Chiara?

Entre as mexidas aqui e acolá, integrantes do PT e do PC do B, por exemplo, discutiram os rumos da Federação (também integrada pelo PV). O nome do ex-prefeito Gazzetta foi posto à mesa. A Federação sonhava com Rodrigo na cabeça. Mas como o atual presidente do Ibama não aceitou deixar Brasília (neste momento), o pessoal precisa se virar…

Ah! Majô Jandreice é quem assume a presidência da Federação com o PT e PV,  no rodízio de nomes, agora em maio. E, como se sabe, ela é aliada de Gazzetta. E mesmo os petistas mais sensatos não apostam em um nome interno com capacidade de “encher a urna de votos”….

CHIARA

Outros grupos falam com Chiara Ranieri e tentam encoraja-la a também ser candidata a prefeita. “Temos que pensar no desafio de tirar da Prefeitura esse grupo de forasteiros que tomou a cidade”, ouvi (de mais de um deles!). Pelo mesmo motivo, conversei com empresários, e também com gente com mais tarimba (tempo de engajamento no metiê) que lançaram suas receitas com outro tempero, mas no mesmo prato: “a prefeita tem de enfrentar uma mulher com experiência na política, em gestão, que entenda da “coisa pública”, que saiba discutir e fazer política…”

Não precisou pedir o “segundo café” para ouvir: “estamos chamando a Chiara para esta missão pela nossa cidade. É um desafio, mas que precisa ser encarado”!…

O que ouvi de Chiara: que ela comunga da necessidade (de derrotar Suéllen e seu grupo), que também faz a leitura de que é preciso ter um nome com potencial para “construir” a densidade eleitoral… Em suma: ela não nega que discute o assunto. Mas não tem decisão tomada a respeito.

Um outro interlocutor, com tempo de janela no assunto, completou: se Telma Gobbi estivesse aqui, a Chiara já estava na rua! … Fica o registro…

Ah… quase esqueci. Boa parte desse pessoal com quem conversamos concorda que, sem Rodrigo, a eleição tem como (vetores) a projeção da rejeição da prefeita e a pulverização (e não divisão entre fatias do mesmo segmento/perfil) de votos entre várias candidaturas com pelo menos uns 8 a 10% dos votos…

Sem numerologia, mas só para citar o rumo da conversa por ai: Suéllen foi avisada, na última eleição, quando tinha 1% que ocuparia espaços vazios de adversários… Com 59 segundos de TV e sem ter sido candidata antes, subiu pontos como a “novidade”, sem dizer quase nada por ai…

Quando chegou a 9%, a jornalista e agora prefeita ouviu: se você passar dos 12 abre o “pulo” e se chegar a 17% está no segundo turno. Ela conseguiu, como se sabe, mais do que isso… Foi “terceira via” de fato…. Registramos o “caminho” na época…

E dai?

Está longa a conversa de hoje… O pessoal (pra encurtar) fala que a “engenharia” agora exigiria perfis com capacidade de 5% a 10% dos votos. Clemente, Meira, Gazzetta, Chiara, Raul…. (eu sei: alguns vão apontar disputa de votos no mesmo espectro… de fato, pode acontecer)…

Mas a conta seria de que esta “fórmula” é que funcionaria com maior chance de (juntos) estes obterem soma de votos capaz de impedir Suéllen de ter 50% mais 1 logo no primeiro turno….

Calma… Não estamos falando com Mãe Dinah… Estamos contando para o público da rua (a galera da geral)… o que conversam caciques e dirigentes de partidos…. Beleza?

Outro registro: o sindicalista, professor, Marcos Chagas, confirmou sua pré-candidatura a prefeito pelo PSOL. Clemente e Meira tem agenda no dia 30 de abril pelo Novo para o lançamento..

ÁGUA DO DAE

As imagens a seguir mostram flagrante do Miguel Filho com seu super drone em instalações do Almoxarifado do DAE, no Jardim Ouro Verde. Ele foi lá vistoriar uma denúncia de que o órgão público que vende água em Bauru não tampa todas as suas caixas. Mas o impediram de adentrar as instalações.

Ele levantou o fotógrafo aéreo e registrou. Boa! Cedeu para o CONTRAPONTO os registros. O DAE enviou uma imagem mostrando que fechou uma das caixas (com lona)…. Olha a dengue Leandro! Vejam:

O repórter fotográfico Miguel Filho flagrou duas caixas d’àgua no DAE sem tampa, um convite à dengue. Após, uma recebeu lona.

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