O que o Coldplay ensina sobre conexão com o público

Reprodução internet

Por Gustavo Candido

Os grandes ensinamentos sobre Marketing e Comunicação não estão apenas nos livros. Estão em filmes, comerciais, programas de TV, cultos religiosos, eventos esportivos e culturais… Em todos os lugares – se você prestar atenção – há algo a ser aprendido.
Tenho certeza, por exemplo, que você ouviu falar sobre o Coldplay nas últimas semanas e, provavelmente, conhece alguém que foi a um dos shows que a banda inglesa fez em São Paulo. Aposto que tudo o que viu nas redes sociais e ouviu de quem esteve no estádio do Morumbi foi positivo.
Eu vi parentes, amigos e conhecidos encantados. A expressão de felicidade estava nos seus olhos, nem era preciso ler as legendas ou ver todos os vídeos. Mas fazendo isso a impressão era ainda maior. “Melhor show da vida”, “inesquecível!”, “incrível”. Difícil não encontrar uma dessas definições para a experiência.
O que faz do show do Coldplay esse sucesso de satisfação do cliente? Alguns elementos básicos. Vamos falar sobre eles.

Redefinindo conceito de show
Eu costumo dizer que passei da idade de frequentar shows de estádio. Fila, horas em pé, bebida e alimentação caras, banheiros químicos, aperto, suor… É preciso gostar muito do artista ou da banda para passar por isso, principalmente quando não se tem mais 20 anos. Mas, é claro, que digo isso se considerar a contrapartida.
Comentei essa semana com a minha filha (de 18 anos, que tinha acabado de comprar ingresso para o The Town Festival, em setembro). Estar no show não é exatamente sobre a música ou sobre “ver” o artista (que fica tão longe e é preciso olhar para os telões), é sobre viver a experiência de estar no mesmo lugar que milhares de pessoas compartilhando o mesmo prazer, a mesma alegria.
O Coldplay entendeu isso como poucas bandas. No ano passado, no Rock in Rio, os ingleses liderados pelo carismático Chris Martin, já tinham entregado uma experiência inovadora de integração com o público através da disponibilização de pulseiras eletrônicas que mudam de cor de acordo com a evolução do show.
Os shows em São Paulo trouxeram a mesma tecnologia e geraram momentos belíssimos mesmo para quem – como eu – só assistiu pela telinha (mas no ar condicionado). Mas não é só a tecnologia que conta nessa história. Ela é só uma ponte.

Conexão emocional
Uma das principais lições que se pode tirar dos shows do Coldplay é a importância de conhecer o seu público. A banda não só se preocupa em tocar suas músicas, mas também em interagir com as pessoas e criar uma atmosfera de comunidade e união entre os presentes. O público sabe que a banda se importa com eles, e isso gera uma conexão emocional que vai além da música.
Quando o vocalista se preocupa em aprender mais do que algumas palavras em português para se comunicar com os presentes ou chama uma pop star nacional como Sandy para fazer uma participação no show, deixa claro que está empenhado em gerar conexão e entregar algo a mais.

Experiência única
Outro aspecto importante é a criação de uma experiência única e completa. Os shows do Coldplay são mais do que apenas um espetáculo musical, eles são verdadeiras performances artísticas. Os efeitos visuais, as pulseiras, as luzes e a pirotecnia criam um ambiente mágico que envolve o público e o faz sentir parte de algo especial.
Além disso, as apresentações dos ingleses são cuidadosamente planejadas para oferecer o melhor para o público. Desde a organização da fila até a disponibilidade de comida e bebida, tudo é pensado para garantir a satisfação do cliente. Esse tipo de cuidado mostra que a banda se importa com seus fãs e que quer proporcionar a melhor experiência possível para eles.

Proximidade física
O Coldplay não se limita apenas ao palco. Eles se aproximam do público e interagem com eles em diversas ocasiões. Durante um dos shows em São Paulo, por exemplo, a banda tocou uma música acústica no meio da plateia, cercados por fãs emocionados. Esse tipo de interação aproxima a banda dos fãs e cria momentos únicos e inesquecíveis.
Além disso, o longo período de permanência na capital paulista gerou situações inéditas fora dos palcos. Um dia, Chris Martin aparece do nada em um ensaio de bateria de alunos da USP, no outro, aceita participar de um famoso podcast e, durante todo o período em que esteve em São Paulo, tirou fotos com gente simples e conheceu lugares comuns do dia a dia do paulistano. Enfim, esteve realmente próximo das pessoas.
O resultado disso tudo é a satisfação total do cliente. O público do Coldplay fica cada vez mais interessado e engajado e o buzz nas redes sociais e na imprensa vem naturalmente. Quem não quer isso para o seu negócio?

O autor é consultor de marketing digital, fundador da Conten Comunicação Digital. Também é jornalista e autor de livros sobre Trade Marketing, Atendimento e Multicanalidade e Gestão de Marcas.
É humano e não usa Inteligência Artificial para produzir seu conteúdo.
Instagram/Facebook: @gucandido; LinkedIn: gustavo-candido

Link da pesquisa:
https://wearesocial.com/uk/blog/2023/01/digital-2023/

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